O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, criticou ambientalistas e alertou que autoridades dentro do próprio governo estariam "exagerando" na implementação de leis ambientais. Lobão, que neste domingo (14/06) chegou a Genebra junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguirá viagem para reunião na Rússia com os países emergentes. Ele defendeu uma posição diferente a dos ambientalistas. "Hoje, usamos apenas um terço de nossa capacidade hidrelétricas. Teríamos o potencial de gerar 200 mil megawatts de energia. Mas as dificuldades criadas pelo Meio Ambiente criam embaraços para a construção", acusou o ministro.
Segundo Lobão, "é possível que haja uma interpretação excessiva (das leis ambientais)". O ministro disse que "as pessoas esquecem que precisam de energia, o Brasil não pode ter mais apagões". Questionado se suas críticas eram dirigidas ao Ministério do Meio Ambiente, Lobão sorriu. "As pessoas precisam entender que, se esses embaraços ocorrem, quem acaba pagando mais caro pela energia são os consumidores. O embaraço de ambientalistas é um custo no bolso das pessoas."
Lobão advertiu que, se a opção por hidrelétricas não for facilitada, o Brasil terá de buscar alternativas que seriam "ainda pior" em termos ambientais. "Teríamos de buscar formas mais poluentes e mais caras", disse. Ele não descarta voltar a debater o uso do carvão e defendeu que o Brasil tenha 57 usinas nucleares até 2050.
(Por Jamil Chade, O Estado de S. Paulo, 15/06/2009)