Os países em desenvolvimento, onde os sistemas de assistência médica são fracos e os suprimentos de remédios antivirais insuficientes, formarão a linha de frente da batalha da Organização Mundial da Saúde (OMS) contra a pandemia de gripe.
O novo vírus H1N1 tem causado, na maioria das vezes, apenas uma enfermidade leve em pessoas de países ricos como Canadá ou Estados Unidos. A maioria dos pacientes se recupera mesmo sem ir ao médico. Mas especialistas temem que a doença se mostre mais letal em pessoas mais pobres, que já podem estar debilitadas pela desnutrição, por condições crônicas como a asma e a diabete ou pela baixa imunidade associada à Aids. "A principal preocupação da OMS é fortalecer e dar suporte aos sistemas de saúde dos países com menos recursos. Os sistemas de saúde precisam estar prontos para prevenir, detectar, tratar e mitigar casos de enfermidade associadas ao vírus", afirmou a OMS após a declaração, na quinta-feira, da primeira pandemia de gripe desde 1968.
A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) também trabalha para formar estoques de antivírus e antibióticos, além de uma eventual vacina pandêmica que seja "mais acessível e dentro do orçamento dos países em desenvolvimento". "Podemos dizer que esse é um vírus muito contagioso, que se desloca muito rapidamente e às vezes de forma silenciosa, com casos assintomáticos", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.
A variedade H1N1, também conhecida como gripe suína, se espalhou rapidamente após aparecer no fim de abril no México e nos Estados Unidos. A OMS alertou que a pandemia pode durar um ano ou dois. Até o momento, 29.669 casos do H1N1 foram oficialmente registrados em 74 países, com 145 mortes --a maioria delas no México. Mas, na verdade, o número de infecções provavelmente é muito maior.
(Por Stephanie Nebehay, Reuters Brasil, 12/06/2009)