“O Brasil estava dormindo”, comentou o embaixador de Gana no país, Samuel Kofi Dadey, sobre a antiga lentidão das empresas brasileiras em se aproximar e prospectar negócios no continente africano. O sono brasileiro custou, por exemplo, perder para os chineses a prioridade que o país tinha na construção de uma usina hidrelétrica que agora está em obra.
Despertos, os empresários brasileiros estão visitando Gana, Senegal, Nigéria e Guiné Equatorial para fazer negócios e dar prosseguimento a parcerias. Esse é o caso da construtora Constran, a quinta maior empreiteira brasileira, que se prepara para construir duas hidrelétricas (Juale e Pwalugu) e uma usina de etanol. Os três empreendimentos juntos vão custar mais de US$ 850 milhões e vão gerar cerca de 175 megawatts de eletricidade para Gana; além de mais de 5 mil empregos diretos e indiretos (10% de brasileiros).
As obras terão financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expectativa é de que a aprovação dos financiamentos comece a sair neste ano. A usina de etanol, que levará 30 meses para ser construída, já tem comprador da sua produção para os próximos dez anos: a empresa sueca Sekab, a maior importadora de etanol da Europa e que usa o combustível para abastecer o transporte coletivo local. As informações são de Fábio Pavan, diretor de desenvolvimento negócios da Constran.
Segundo Pavan, “Gana tem a melhor porta de entrada da África”, por causa da estabilidade política, da estabilidade econômica, da definição jurídica e dos “marcos legais”, além do “baixo nível de corrupção”.
(Por Gilberto Costa*, com edição de Tereza Barbosa, Agência Brasil, 08/06/2009)
*O repórter viajou a convite do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior