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amazônia peruana petróleo na amazônia Indígenas da Amazônia
2009-06-10

A ministra peruana da Mulher e do Desenvolvimento Social, Carmen Vildoso, renunciou na noite de segunda-feira (08/06) por discordar da forma como o governo do presidente Alan García conduziu os confrontos com indígenas perto da cidade de Bagua. Uma tentativa de desocupar estradas bloqueadas pelos indígenas na Amazônia peruana deixou mais de 30 mortos na sexta-feira (05). O caso tornou-se um dos maiores desafios do atual governo peruano, que ontem teve de dar explicações sobre as mortes na Organização dos Estados Americanos (OEA).

"A ministra Carmen Vildoso apresentou sua carta de renúncia por discordar da forma como o governo manejou o conflito e o confronto de sexta-feira", disse um funcionário do alto escalão do governo. Carmen teria ficado particularmente incomodada com uma peça publicitária veiculada pelas televisões peruanas (e já tirada do ar), na qual o governo culpa os índios pelos choques. "Assim atua o extremismo no Peru", dizia a propaganda, na qual apareciam policiais feridos e corpos cobertos de sangue.

Segundo o governo, foram mortos na ação em Bagua 25 policiais e 9 nativos. O movimento indígena, porém, afirma ter sofrido mais de 20 baixas. Ontem, indígenas amazônicos mantinham bloqueada a via que une as cidades de Tarapoto e Yurimaguas, na região de San Martín, por onde passa boa parte da produção petrolífera do Peru.

Após muita negociação, foi acordada a desobstrução da estrada por quatro horas, para permitir a passagem de alimentos e combustíveis. A previsão, porém, é que a tensão volte a se intensificar nesta quinta (11), quando deve ocorrer uma mobilização nacional de povos indígenas, sindicatos e partidos de esquerda contra o governo de García. Os indígenas estão protestando há mais de um mês contra a aprovação de uma lei que permite a exploração de gás e petróleo na região amazônica por empresas multinacionais. "Nós vivemos na miséria. Eles levam nossos recursos e não recebemos nada", explicou Sirilo Awachi, indígena de 42 anos, que vive perto de Bagua. No domingo, o movimento invadiu dois projetos de exploração de petróleo.

Tensão com vizinhos
A disputa com os povos nativos também está aumentando a tensão entre o Peru e outros países da região. Na tarde de ontem, o governo da Nicarágua anunciou que concederá asilo político ao líder indígena Alberto Pizango. Ele diz que se sente "ameaçado" em território peruano. Na segunda-feira, Pizango refugiou-se na Embaixada da Nicarágua em Lima, enquanto autoridades peruanas insinuavam que ele poderia estar escondido na Bolívia.

A ministra de Justiça boliviana, Celima Torrico, de origem indígena, criticou a resposta de García aos protestos, o que foi classificado pelo governo peruano como uma "ingerência indevida em assuntos internos do país". Revoltados com o que qualificaram de "massacre", cerca de cem bolivianos se manifestaram contra o governo do Peru em frente da embaixada peruana em La Paz. O secretário-geral da Federação Única dos Trabalhadores Camponeses da Bolívia, Isaac Ávalos, disse que García deveria ser processado em um tribunal internacional por atos de "lesa-humanidade e assassinato".

As relações entre Lima e La Paz estão tensas desde que o governo peruano concedeu asilo político a três ex-ministros bolivianos. Os três estavam sendo processados na Bolívia por responsabilidade na morte de 60 pessoas durante a repressão de protestos contra o governo de Gonzalo Sánchez de Lozada, em 2003.

(O Estado de S. Paulo / IHUnisinos, 10/06/2009)


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