O ataque à legislação ambiental segue percorrendo o país. Chegou agora ao Paraná, na carona da federação de agricultura daquele estado. Assim como outras entidades ruralistas, apela para melodramas individuais para tentar derrubar uma lei que atende à maioria. Texto recente da entidade mostra a situação de um pequeno agricultor às voltas com córregos e nascentes em seu sítio de dez hectares em Japurá. Realmente, pela legislação, nada lhe sobra de terreno para agricultura tradicional. O texto ruralista lembra da degradação provocada no passado pelo próprio governo associado ao setor privado, mas não fala em recuperação da área, nem que porções de reserva legal podem ser usadas para atividades econômicas controladas. Mas, o mais importante, é que terras tão ricas em água e nascentes em meio à vegetação nativa nem deveriam ter sido ocupadas. Falta planejamento e orientação na ocupação do solo brasileiro. Sem isso, fica fácil jogar a culpa nas costas da legislação.
(O Eco, 09/06/2009)