A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) foi denunciada, no início desta semana, por prática de crime ambiental em São José, na Grande Florianópolis. A empresa é acusada de despejar esgoto, sem tratamento, diretamente no Rio Araújo, que fica no limite entre São José e Florianópolis.
A denúncia foi feita pelo Instituto Mangue Vivo e protocolada no Ministério Público de Santa Catarina. O diretor executivo do instituto, Paulo Douglas Pereira, relatou que a denúncia foi feita por moradores, que afirmaram que uma vez por mês, entre os dias 20 e 25, a Casan despeja o esgoto, o que normalmente é feito à noite para não chamar atenção.
Após as reclamações, Pereira informou que nos meses de março e abril membros do instituto passaram a fazer plantão no local para coletar provas. Segundo ele, a irregularidade foi comprovada. Além de fotos e vídeos, eles fizeram análise da água.
– O laudo técnico com os resultados da poluição é alarmante e demonstra claramente a prática do crime ambiental – concluiu.
Todas as provas foram reunidas e encaminhadas ao MP do Estado com mais de cem assinaturas de moradores.
– Eles poderão servir de testemunhas numa possível ação civil pública – disse.
O diretor executivo informou que, no ano passado, o Mangue Vivo havia denunciado as condições de poluição do rio. O fato resultou em inquérito instaurado pelo MP, mas desde então não havia sido comprovado.
O Rio Araújo nasce limpo no alto do Bairro Bela Vista, em São José, e deságua no mar na cidade, num trajeto de 5,3 quilômetros.
Diretor da Casan negou informação
O diretor da regional metropolitana da Casan, Jucenir Gualberto Soares, afirmou que jamais a empresa faria ou fará isso:
– Se um funcionário nosso for pego despejando esgoto no rio será demitido imediatamente.
Ele esclareceu que o que ocorre às vezes são problemas na elevatória do sistema de esgoto. A elevatória leva o esgoto de casas que estão em áreas mais baixas, para a estação de tratamento do Continente, que fica em Potecas, em São José.
– Mas, por motivos como uso indevido da rede de esgoto, excesso de chuvas, queda de energia e falhas no equipamento, pode ocorrer o despejo de esgoto no rio – explicou o diretor.
(Diário Catarinense, 10/06/2009)