(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
política ambiental da bahia reserva legal apps
2009-06-09

Governo assina decreto para resolver litígios com desmatamento, construções nas fazendas e outros problemas. O Estado fica responsável pela emissão da liberação referente ao ambiente e o produtor se compromete a cumprir a legislação

Cansados de tantos desencontros entre os próprios órgãos responsáveis pelo ambiente, produtores do oeste baiano partiram para a ofensiva e vão ter uma legislação específica que deve ajudá-los a administrar e a resolver o "passivo ambiental" -pendências entre desmatamento, construções nas fazendas e outros problemas em relação à gama de legislação sobre o assunto. Os pedidos de desmatamento para a utilização da terra, mesmo que estejam dentro da lei, demoram acima de quatro anos para serem avaliados, devido à falta de funcionários do governo para essa análise -o produtor tem de deixar intocada uma reserva de 20% da área.

A demora da liberação da licença deixa os produtores de mãos atadas, pois os que iniciam o projeto agrícola a que se propõem, com base nos pedidos feitos, ficam sujeitos a multa do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Sem uma solução à vista, os produtores se organizaram e fizeram uma proposta ao governo baiano, que baixou decreto, publicado no final de maio, que aprova o Plano Estadual de Adequação e Regularização Ambiental dos Imóveis Rurais.

O plano do governo estadual, assinado por Jaques Wagner, visa a adequação ambiental dos imóveis rurais, por meio da recuperação e regularização da reserva legal e áreas de preservação permanente. Na semana passada, o Ministério do Meio Ambiente ratificou o decreto do Estado. O Estado fica responsável pela emissão da liberação referente ao ambiente, e os produtores deverão requerer a regularização ao IMA (Instituto do Meio Ambiente). Assinam um termo de compromisso e se comprometem a cumprir a legislação ambiental e a reparar os problemas na propriedade.

Para dar praticidade ao programa de recuperação das áreas ambientais degradadas, a Aiba (Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia), a Secretaria de Agricultura e a Sema (Meio Ambiente) deverão determinar os passos que os produtores devem seguir para a adequação dos projetos, segundo Sérgio Pitt, da Aiba. O decreto estadual dá condições para o produtor se adequar à legislação e prevê redução de até 90% das multas já recebidas para os que se adequarem ao programa. "Não há propriedade que não tenha algum problema, mas o produtor quer regularizar a situação", diz Paulo Garcez, presidente da Multigrain, que tem parceiras com a japonesa Mitsui e com a norte-americana CHS em um megaprojeto de 100 mil hectares na região.

Produto valorizado
O oeste baiano é uma área que concentra inúmeros projetos empresariais. O presidente da Multigrain admite que há problemas na própria área em que investiu. Mas diz que eles serão sanados por meio de convênio com o Instituto Lina Galvani, que administra o parque Fioravante Galvani, um centro de conservação de espécies animais e vegetais do oeste baiano. O instituto vai produzir 60 mil mudas, 50 mil das quais para a XinguAgri, investimento da Mitsui, CHS e Multigrain.

Mariângela Pinho, diretora do parque, diz que "o objetivo é valorizar o bioma do cerrado". Garcez não tem os gastos necessários para a regularização das áreas da XinguAgri. Ele não considera, no entanto, isso como gasto, mas como investimento. "As exigências externas aumentam e a recuperação de áreas degradadas deve ser não apenas para cumprir a legislação, mas como um ato de conscientização", afirma.

O presidente da Multigrain admite, no entanto, que o cumprimento da legislação vai significar a valorização do produto final. "É preciso ganhar dinheiro fazendo bem feito."
A parceria entre a brasileira, a japonesa e a americana será responsável pelo plantio de 37 mil hectares de soja e de 22 mil de algodão na safra 2009/10. Para obter uma renda maior, o grupo trabalha apenas com produto convencional. Faz exportações segregadas e, embora não fale sobre valores, Garcez diz que essa opção vale a pena financeiramente.

Toda a produção é rastreada, inclusive com a visita contínua e checagem dos importadores no local. Ele acredita que "em poucos anos os exportadores que não conseguirem comprovar a rastreabilidade de seu produto vão ter dificuldades no mercado externo". Ex-presidente de uma trading multinacional, Garcez diz que elas também deveriam incentivar e financiar os produtores a seguir as exigências ambientais. Caso contrário, poderão ter dificuldades no futuro.

(Por Mauro Zafalon*, Folha de S. Paulo, 09/06/2009)

* O jornalista viajou à Bahia a convite da Aiba


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -