Entre 4 e 6 de junho, as comunidades Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul discutirão as agressões sofridas pelo povo nas últimas semanas e se organizarão para fortalecer a luta pela terra. O Aty Guasu (grande encontro) ocorre na aldeia Taquara, município de Juti. Nas semanas de preparação para o evento, uma morte e uma ameaça de despejo afetaram duas comunidades do povo Guarani Kaiowá.
No dia 31 de maio, um corpo com marcas aparentes de bala foi encontrado numa estrada próxima do acampamento Kurussu Ambá, onde vivem cerca de 130 indígenas. O Instituto Médico Legal de Ponta Porã ainda não concluiu o laudo sobre a causa da morte. Lideranças de Kurussu Ambá, no entanto, apontam indícios de que o caso foi um assassinato, cujos autores tentaram esconder, forjando a cena de um atropelamento.
Alguns dias antes dessa morte, no dia 27 de maio, as quase 40 famílias da comunidade Nhanderu Laranjeira, que estavam ameaçadas de despejo, receberam a notícia de que poderão ficar por mais 90 dias na área que retomaram dentro da terra tradicional do povo. Nesse período, por decisão do Tribunal Regional da 3ª Região, a Fundação Nacional do Índio (Funai) deve realizar estudos sobre a tradicionalidade da terra.
Apoio dos povos de todo o país
No Aty Guasu, os Gaurani Kaiowá irão discutir como continuar a luta pela terra nesse contexto de agressões e pressões crescentes. Eles também tratarão do andamentos dos trabalhos dos grupos técnicos que têm feito estudos para identificação de terras Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul.
A luta Guarani Kaiowá saiu fortalecida do Acampamento Terra Livre realizado em Brasília de 4 a 8 de maio. Os demais povos presentes no Acampamento se cumpromentaram em dar todo o apoio para que o processo de demarcação de terras no Mato Grosso do Sul seja garantido.
(Cimi, 04/06/2009)