Incêndios que ocorrem com frequência nos morros da Capital ameaçam a vegetação e põem em risco as casas das proximidades. Smam pede que moradores evitem queimadas
Os morros Santana, dos Alpes e da Embratel estão sendo devastados pelo fogo. Os frequentes incêndios deixam em alerta as autoridades ambientais e os bombeiros. Os três morros são os mais afetados pelas chamas que consomem, além da vegetação rasteira, trechos de mata nativa. O capitão Vitamar Dutra dos Santos, do 1º Comando Regional de Bombeiros (1º CRB), admite que é difícil controlar as queimadas em mato. 'O fogo se alastra principalmente em trechos de difícil acesso', afirma. Segundo ele, a localização e a extensão da área inviabiliza o emprego de mangueiras. A alternativa é usar galhos ou batedores – pedaços de madeira com filetes de borracha nas extremidades – para conter as chamas.
'Esses morros são cercados de moradias. É preciso que as pessoas se conscientizem e evitem as queimadas', assinala. Vitamar lembra que os incêndios também são provocados pela queima de velas em locais inadequados durante o 'despacho' de oferendas. 'Normalmente nos finais de semana, de cada dez ocorrências atendidas, oito envolvem queimadas em vegetação', revela. O secretário municipal do Meio Ambiente, Professor Garcia, afirma que, em alguns pontos, o dano ambiental é irreversível. A maioria dos incêndios é motivada por ação humana.
Garcia lamenta que, apesar da coleta regular do lixo, algumas famílias ainda adotem a prática da queimada para se livrarem dos resíduos domésticos. 'A situação, que já é preocupante, agrava-se nas proximidades dos topos dos morros devido ao conglomerado de casebres', adverte o secretário, fazendo um alerta à população. 'Quem queima lixo em áreas inadequadas, além de destruir a flora e atentar contra a fauna silvestre, pode provocar incêndios em moradias.'
(Correio do Povo, 05/06/2009)