A maioria dos municípios ainda usa os lixões como destinação de seus resíduos e, mesmo no caso do lixo industrial, uma parte é tratado por empresas de pequeno e médio portes que não dão uma destinação adequada. De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre), Diógenes Del Bel, boa parte dos municípios manda os resíduos para os lixões sem qualquer proteção sanitária. “O poder público, nos municípios, ainda não conseguiu sequer erradicar os lixões. Então, nós temos municípios com custo zero na destinação dos seus resíduos”, disse.
Apesar do quadro de deficiências, Del Bel disse, em entrevista à Agência Brasil, que as perspectivas de crescimento do setor são boas, porque o país precisa atingir os níveis mais elevados de qualidade ambiental e proteção para resíduos sólidos. “Então, nós temos um campo de crescimento em termos de volume, para trazer essa massa de resíduos para tratamentos adequados”, afirmou.
O presidente da Abetre falou, também, que uma provável linha de expansão do setor seria a introdução de novas tecnologias. “À medida que nós tenhamos mais clareza das políticas públicas, para ter tecnologias mais sofisticadas de tratamento”, disse. Del Bel citou, entre elas, a incineração com recuperação de energia, a manufatura reversa de diversos bens de consumo no fim de vida, a descontaminação de resíduos após o consumo para reaproveitamento. “Isso ainda depende da velocidade da implantação das políticas públicas para essa área”, afirmou.
(Por Alana Gandra, com edição de Aécio Amado, Agência Brasil, 03/06/2009)