Um estudo realizado por pesquisadores britânicos e africanos e publicado na edição de junho do periódico Environmental Science & Policy revelou que até um milhão de quilômetros quadrados, ou 247 milhões de acres, de áreas utilizadas para agricultura na África devem se tornar improdutivas nas próximas décadas devido às mudanças climáticas. A área, superior a que os norte-americanos utilizam para suas oito principais culturas, incluindo milho e trigo, vai ficar muito quente e árida para as plantações.
Usando modelos climáticos, os cientistas do International Livestock Research Institute e do Waen Associates foram capazes de determinar que se as emissões de dióxido de carbono (CO2) permanecerem altas, em 2050 o número de dias que poderiam ser utilizados para a agricultura na região ficaria abaixo de 90, o que praticamente inviabilizaria a produção. Uma das saídas sugeridas pelos pesquisadores seria a troca da agricultura pela pecuária. “Os animais são mais resistentes a secas e poderiam ser uma fonte de renda para até 35 milhões de pessoas que vivem nessas áreas”, afirmou o cientista Phillip Thornton, um dos autores do estudo.
Mais Investimento
Segundo a equipe responsável pelo estudo é preciso mais dinheiro para pesquisas, para se ter uma melhor noção do que realmente pode acontecer na região devido às mudanças climáticas. “Existe uma discrepância entre as pesquisas que são apresentadas e o tipo de informação que é realmente importante para as comunidades locais”, explica Thornton.
Segundo o estudo, seriam necessários mais investimentos para melhorar a objetividade dos modelos climáticos, e assim traçar planos para a adaptação das populações. Dessa forma os governos poderiam ajudar o financiamento de programas para mitigar os piores efeitos do aquecimento global no continente mais pobre do mundo.
(CarbonoBrasil, 03/06/2009)