A Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) disse em nota divulgada nesta terça-feira (03/06) que o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) está sendo "duramente golpeado" por setores econômicos e forças políticas que "nunca" assumiram compromissos com o desenvolvimento rural sustentável. Minc e parlamentares da bancada ruralista no Congresso Nacional trocam críticas desde a semana passada sobre a política agrária e ambiental do governo. Durante o ato Grito da Terra, o ministro atacou o agronegócio e chamou os parlamentares de "vigaristas". Depois, recuou e disse que não tinha a intenção de ofender a bancada ruralista.
"O protagonismo do ministro Carlos Minc possui o mérito de compreender que não existe incompatibilidade entre a produção de alimentos e a preservação ambiental", afirma Contag na nota. O ministro chegou a fazer uma reclamação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a interferência de vários ministérios na política ambiental do governo. Irritado com a ação de colegas para liberar obras sem licenciamento ambiental, Minc disse que a postura dos ministros "não é aceitável" dentro do governo.
Nesta terça, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) protocolou denúncia contra Minc na Procuradoria Geral da República por crime de responsabilidade. Presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a senadora afirma na denúncia que Minc ofendeu os agricultores ao participar do Grito da Terra. Além da denúncia na Procuradoria, Kátia Abreu encaminhou pedido de demissão do ministro à Comissão de Ética Pública da Presidência da República. O ministro criticou a iniciativa da senadora. "Podem me insultar e pedir minha cabeça que vou continuar governando, vou continuar coibindo os vossos crimes ambientais", disse.
"A Contag considera que apoiar o ministro Carlos Minc é reforçar as posições de todos que defendem a necessária e cuidadosa articulação entre proteção ambiental e o desenvolvimento social e econômico do país, e que reconhecem a agricultura familiar como uma ferramenta estratégica para um novo modelo de produção sustentável", diz a confederação.
(Folha Online, 02/06/2009)