Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, deputados decidem sobre a proibição do uso de animais em circos no Brasil. No Pará, mais um caso de maus-tratos a leões. Está agendada para esta quarta, dia 3 de junho, na Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal, a votação do substitutivo do Projeto de Lei 7.291/2006, que trata da proibição da utilização de animais em espetáculos circenses.
Diversas organizações não governamentais e milhares de internautas têm se manifestado contra o uso de animais, e a mais recente ação é o lançamento de um placar que registra a intenção de voto dos deputados e que divulgará o resultado da votação. É o Placar Animal, que pode ser acessado nos sites da revista eletrônica Pensata Animal. Além do placar, uma petição online já conta com cerca de 30.000 assinaturas (http://www.petitiononline.com/plcircos/). O documento, dirigido ao Congresso Nacional conclama os parlamentares a aprovarem na íntegra o substitutivo.
Os ativistas apontam os inúmeros danos causados aos animais, desde a privação de seus habitats até as violentas sessões de adestramento para a execução de números em espetáculos. Outro problema relatado é o risco à população, com frequentes ataques dentro e fora dos espetáculos e abandonos de leões e animais de outras espécies pelas cidades.
Um dos destinos para os animais resgatados dos circos ou por estes abandonados é o Rancho dos Gnomos (http://www.ranchodosgnomos.org.br), santuário ecológico localizado em Cotia/SP e que hoje abriga cerca de 500 animais. Segundo ativistas, os animais chegam a locais assim já com graves sequelas para o resto de suas vidas. Alguns nem sobrevivem aos maus-tratos. Exemplos destas agressões são o serramento de dentes e a retirada de unhas, além de espancamentos e cruzamentos entre irmãos que provocam danos neurológicos, como na leoa Harama, que fica permanentemente com a língua exposta.
O IBAMA do Distrito Federal contatou o Santuário Rancho dos Gnomos, solicitando ajuda urgente para o salvamento de três leões que estão no Pará, no CIRCO DE MIAMI. Informaram que eram quatro, mas que um já morreu. Outro está com uma enorme bicheira (miiase) no olho, sem tratamento adequado e com a informação que o veterinário da cidade de Tucumã/PA não tem como realizar o atendimento adequado, pois falta tudo: medicamento, conhecimento e principalmente boa vontade. Laudos técnicos comprovam os maus-tratos.
Atualmente, cinco estados (RJ, SP, RS, PE e PB) e mais de sessenta cidades no país proíbem o uso de animais em circos em seus territórios. A proibição mais recente ocorreu em Juiz de Fora/MG, onde o projeto aprovado pelos vereadores aguarda apenas a sanção do prefeito. Em Joaçaba/SC tramita projeto similar na Câmara Municipal, que está disponibilizando em seu site uma enquete sobre o tema, com votação amplamente favorável à proibição: http://www.cmj.sc.gov.br/index.php. Em outubro de 2008, o programa Fantástico, da Rede Globo, promoveu enquete nacional que registrou 86% de votos pela proibição do uso de animais em circos.
(JC Online / ANDA, 02/06/2009)