Os frigoríficos Bertin e JBS, citados nesta segunda (01/06) no relatório da organização não governamental Greenpeace como alguns dos maiores responsáveis pelo desmatamento da Amazônia, rebateram as informações do documento e afirmaram que adotam critérios sustentáveis na compra de matérias-primas. O Bertin, um dos maiores vendedores de couro do mundo argumentou, por meio de nota, que obedece “estritamente” a legislação ambiental e brasileira e que tem um programa para compra de gado que considera critérios socioambientais dos fornecedores.
“Todos são legais e não constam nem da lista suja – do Ministério do Trabalho, que condena práticas semelhantes à escravidão – nem da lista de propriedades embragadas publicada pelo Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]”, de acordo com a nota. A empresa afirma ainda que já excluiu pelo menos 165 fornecedores que estavam em uma das duas listas.
Em relação ao couro comercializado pela empresa, 82,5% vêm de unidades próprias, segundo a Bertin. O restante, 17,5%, vêm de outros frigoríficos que a empresa diz que vai investigar para verificar a existência de possíveis irregularidades ambientais. “Caso haja situações irregulares, haverá interrupção imediata do acordo comercial entre a Bertin e estes fornecedores”, aponta.
A JBS, que segundo o Greenpeace lidera as vendas mundiais de carne, também argumentou que não compra matéria-prima de propriedades que praticam crime ambiental. “Antes de adquirir gado de qualquer pecuarista a JBS consulta a lista de fornecedores no site do Ibama. Caso algum fornecedor esteja listado por praticar qualquer tipo de desmatamento ilegal, a JBS cancela qualquer tipo de relação comercial”, afirmou em nota. A empresa cita o pacto assinado em 2008 pelo financiamento, produção, uso, distribuição, comercialização e consumo de produtos da pecuária vindos da Amazônia para a cidade de São Paulo como um exemplo da “responsabilidade ambiental” do grupo.
(Por Luana Lourenço, Agência Brasil, 01/06/2009)