Representantes de governos de todo o mundo estarão reunidos na Alemanha a partir de segunda-feira (01/05) para discutir o acordo que sucederá o Protocolo de Kyoto.
Lideranças de todo o mundo estarão reunidas em Bonn (Alemanha) até o dia 13 de junho para negociar o conteúdo do acordo climático global que será fechado em dezembro, durante a Conferência das Partes (CO15), em Copenhagen (Dinamarca). O grande nó das negociações climáticas tem sido a posição dos países desenvolvidos em relação às metas de redução das emissões e ao financiamento para as nações em desenvolvimento investirem em mitigação e adaptação.
“Estamos a apenas seis meses do momento em que lideranças de todo o mundo terão que prestar contas sobre as medidas concretas que seus governos tomarão para combater o aquecimento global e para que um acordo forte seja fechado em dezembro, é preciso um esforço global urgente”, diz o diretor executivo do Greenpeace, Marcelo Furtado.
O grupo das nações que teimam em não se comprometer com metas mais ousadas de redução é formado por Japão, Canadá, Austrália e Nova Zelândia e liderado pelos Estados Unidos. “Ao se negar a assumir um compromisso real de combate às mudanças climáticas, esses países empurram milhares de pessoas que já sofrem com a pobreza para uma situação ainda mais miserável, já que os mais pobres serão os mais impactados pelo aquecimento global”, afirma Furtado. A grande expectativa dessa rodada está na posição que os Estados Unidos irá assumir.
Política interna
Em relação ao Brasil espera-se uma política interna coerente com o que vem sendo anunciado no exterior. “O mesmo governo que anuncia no exterior um Plano de Mudanças Climáticas quando chega em casa promove o desmatamento com a dispensa de licença ambiental para rodovias, privatização da Amazônia por meio da regularização fundiária e redução da reserva legal na Amazônia”, diz Furtado.
O que deve ser acordado pelos governantes na convenção de Copenhague:
- As emissões globais tem até 2015 para chegaram ao nível máximo, e devem diminuir rapidamente após essa data, atingindo um valor próximo a zero até, no máximo, 2050;
- Os países desenvolvidos precisam reduzir suas emissões em, no mínimo, 40% até 2020. Pelo menos ¾ deste valor deve ser atingido pela redução das emissões dentro do país, sem compensar as emissões em outros locais.
- Os países em desenvolvimento devem reduzir suas emissões entre 15 e 30% até 2020, com o apoio dos países desenvolvidos;
- A criação de um mecanismo de financiamento para acabar com o desmatamento e com as emissões associadas em todos os países desenvolvidos deve ser feita até 2020. As áreas chaves para receber financiamento desse fundo são a Amazônia, a Bacia do Congo e as florstas da Indonésia e papua Nova Guiné que precisarão atingir o desmatamento zero até 2015.
(Greenpeace / CarbonoBrasil, 01/05/2009)