Os principais personagens do Ibama envolvidos na história da multa milionária aplicada ao Grupo Bertin acabaram promovidos durante a gestão de Carlos Minc no Ministério do Meio Ambiente. Luciano Evaristo comanda, desde o mês passado, a Diretoria de Proteção Ambiental (Dipro), uma das mais importantes da estrutura do órgão. À época da multa contra o Grupo Bertin, Evaristo ocupava um posto inferior, o de coordenador-geral de fiscalização, em Brasília.
Foi ele quem chefiou à distância a operação que resultou na multa. "Daqui de Brasília, eu percebi no Deter que havia problemas na região de Santana do Araguaia e mandei que a equipe de campo se deslocasse até lá", disse Evaristo, ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI). O Deter é um sistema que usa imagens de satélite para monitorar o desmatamento na Amazônia.
A equipe de campo que aplicou a multa, por sua vez, era comandada por Weber Rodrigues Alves, à época lotado na fiscalização do Ibama em Goiás. Amigo de longa data de Luciano Evaristo, Weber, que também foi do SNI, é outro que acaba de ser promovido. Ganhou a gerência do Ibama em Marabá, justamente o lugar onde a multa foi registrada como processo, mês passado, depois da denúncia em Brasília.
Superintendente
Outro personagem que ganhou promoção pela caneta de Minc é Pedro Bignelli. Ele também trabalhava na superintendência goiana do Ibama. Na época da apreensão dos "bois piratas", foi destacado para cuidar do rebanho. Desembarcou na Terra do Meio (PA), onde estava o gado. Há um mês, ele assumiu o cargo de superintendente do Ibama em Mato Grosso.
(O Estado de S. Paulo, 31/05/2009)