Financiamento da safra 2009-2010 divulgado pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, será de R$108 bilhões. E a história se repete: mais uma vez a distribuição da verba irá favorecer o agronegócio em detrimento da agricultura familiar.
Dos R$ 108 bilhões destinados no plano, R$93 bilhões vão financiar o agronegócio e R$15 bilhões vão para o financiamento da agricultura familiar. Noemi Krefta, da coordenação nacional do Movimento das Mulheres Camponesas, o MMC, acredita que essa distribuição “deixa claro que a decisão política do governo é fortalecer cada vez mais o agronegócio.” Ela considera essa divisão uma falta de respeito, já que é o trabalhador do campo quem produz cerca de 70% do alimento que vai a mesa do povo brasileiro. O agronegócio, por outro lado, produz mais para a exportação.
Noemi ainda diz que o valor do financiamento se torna pequeno se agregarmos o alto custo dos insumos, a redução do preço do produto para venda e mais os 5% de juros cobrados pelo governo. Por isso, ela vê o plano do governo para agricultura familiar como “uma política compensatória e não de fato uma política pública que nos permita criar autonomia e avançar na qualidade de vida”.
(Pulsar-Brasil, 28/05/2009)