O Superintendente do Porto do Rio Grande, Janir Branco, esteve na quinta-feira (28/05), na cidade de Rio Branco, no Uruguai, para discutir a implantação de um terminal lacustre para transportar cargas do Nordeste do Uruguai até o Porto do Rio Grande através do rio Taquari/Lagoa Mirim/São Gonçalo/lagoa dos Patos. Na ocasião, Branco foi recebido pelo intendente de Cerro Largo, Ambrosio Barreiro, e pelo presidente da empresa uruguaia Fadisol (investidora do novo porto), Carlos Foderé. A visita ainda contou com representantes do operador portuário com sede em Rio Grande, Sampayo Nickhorn.
O projeto encabeçado pela empresa Fadisol, aliada a um consórcio de empresas, prevê a instalação nas margens do Rio Tacuari, em uma área de sua propriedade no departamento de Cerro Largo (20 Km ao Sul de Rio Branco), um terminal lacustre com um cais de 200 metros para receber barcaças. A previsão é que em 2010 a estrutura esteja pronta para operar. A idéia inicialmente é escoar as cargas da região que é produtora de grãos, tendo essas como destino os mercados mundiais e brasileiro. Como carga de retorno, existe a possibilidade do transporte de fertilizantes, produzidos em Rio Grande. Atualmente a Fadisol realiza operações no terminal da Tergrasa no porto rio-grandino, encaminhando a carga via rodovia.
Durante a reunião, além dos dados do projeto, foi exposto pelo intendente os procedimentos que serão adotados para a viabilização do terminal, como a pavimentação dos acessos a nova estrutura. Do governo brasileiro o intendente solicita o apoio para a realização da dragagem na ligação entre a lagoa Mirim e o canal São Gonçalo que sofre com o processo de assoreamento que prejudica a navegação. Excluindo-se essa área conhecida como Sangradouro, o restante da lagoa, assim como do canal, apresentam calado de 2,5 metros, compatível com a profundidade necessária para viabilizar o transporte de cargas pela hidrovia.
Com o novo terminal, os departamentos uruguaios de Trinta e Três e de Cerro Largo, ribeirinhos a Lagoa Mirim, assim como os departamentos vizinhos, de Rivera e de Taquarembó, tem todas as condições para beneficiarem-se desse modal de transporte. Além de mais barato do que seu concorrente rodoviário, a hidrovia da Lagoa Mirim oferece a esses departamentos a alternativa de utilizar o Porto do Rio Grande, para suas ligações com o comércio mundial e também através do sistema Lagoa Mirim/Lagoa dos Patos/Bacia do Jacuí, atender ao mercado brasileiro, por meio dos portos de Porto Alegre e Estrela.
De acordo com o presidente da Fadisol, empresa que atua na área de logística e gerencia terminais portuários do Uruguai, Carlos Foderé, o novo terminal irá agilizar o escoamento das cargas do Nordeste do Uruguai diminuindo custos. “Atualmente temos que percorrer até 600 km de rodovia com a carga para escoá-la através do porto de Nueva Palmira. Com a viabilização do terminal no rio Taquari teremos que percorrer no máximo 120 km de rodovia, além disso, ele contará com uma estrutura para secagem, limpeza e armazenagem de grãos. Ainda tem a vantagem do calado do porto gaúcho que é de 40 pés e tende a aumentar, contra a profundidade de 32 pés do porto de Nueva Palmira”, disse Foderé.
(Jornal JÁ, 29/05/2009)