A expectativa de uma rápida aprovação do projeto de lei que institui um esquema de comércio de emissões nos Estados Unidos é grande entre os profissionais que trabalham no mercado de carbono, segundo um levantamento feito pela Reuters durante a Conferência Carbon Expo, que está sendo realizada em Barcelona.
O projeto de lei climático, que foi aprovado na semana passada por um dos principais comitês da Câmara de Representantes norte-americana, pode criar um mercado de carbono da ordem de US$ 3 bilhões até 2020. Agora, o projeto precisa passar na plenária da Câmara e no Senado, o que pode ocorrer até dezembro, quando os líderes internacionais se encontrarão em Copenhague (Dinamarca) para discutir um novo acordo climático. “Eu diria que as chances da legislação sair até 2010 são melhores do que 50%”, disse o ex-presidente do Conselho de Qualidade Ambiental da Casa Branca, George Frampton.
Ligação com o mercado Europeu
Antes mesmo do projeto de lei norte-americano ser aprovado, já correm especulações sobre a possível ligação com o esquema de comércio de emissões da União Européia (EU ETS – Eurpean Union emissions trading scheme). De acordo com especialistas, esta ligação é crucial para a formação de um mercado global, mas se fosse concretizada, os ajustes seriam complicados.
Entre as incompatibilidades dos dois esquemas estão a possível existência de um teto sobre os preços do carbono nos Estados Unidos (Leia mais), a grande volatilidade o mercado europeu (principalmente recentemente), a definição da unidade negociável e as diferentes metas de redução das emissões, reportou a Reuters. A Comissão Européia espera a formação de um mercado global de carbono até 2020, sendo que até 2013 todos os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) teriam um esquema de comércio de emissões, conectado entre eles até 2015.
O analista da Orbeo Emmanuel Fages disse à Reuters que “o problema não é construir uma legislação. O que consumirá mais tempo é o estabelecimento de uma infra-estrutura, monitoramento, plataformas de negociação e a definição dos contratos”.
(Fernanda B Muller, Reuters / CarbonoBrasil, 28/05/2009)