(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
amazônia colombiana plano colômbia antidrogas fumigações colombianas
2009-06-01

Se no Brasil a floresta tropical é ameaçada pela exploração madeireira, expansão da agropecuária e garimpos irregulares, na Colômbia o plantio de coca é um complicador a mais para a conservação de sua porção amazônica, que corresponde a 42% do território do país. A coca, que há séculos faz parte da cultura dos povos indígenas na região, passou a ser produzida ali com fins “comerciais”, ou seja, para virar matéria-prima para cocaína, principalmente a partir dos anos 90, segundo explica o pesquisador Carlos Ariel Salazar, do Instituto Amazônico de Pesquisas Científicas (Sinchi, sigla em espanhol). Antes, os grandes cartéis, como o de Pablo Escobar, usavam a região apenas para manter laboratórios de refino escondidos no meio da selva, enquanto áreas não amazônicas concentravam as plantações (ainda hoje elas têm a maior parte delas). 

Na década passada, explica o especialista, ao lado das criações de gado, começaram a proliferar as plantações de coca na Amazônia. No entanto, desde então, o combate sistemático por parte do governo diminuiu sua presença. “Em meados dos anos 90 tínhamos cerca de 1600 quilômetros quadrados de plantações de coca na Amazônia”, conta. Desde então, a área total foi reduzida em cerca de 75%.

O governo colombiano, em parceria com as Nações Unidas, criou um programa para divulgar mundialmente os danos ambientais causados pelo uso de drogas. Segundo este programa, o uso de 2 gramas de cocaína equivale à destruição de 8 metros quadrados de floresta tropical. Para Salazar, não é possível associar o plantio de coca ao desmatamento de uma forma tão direta, já que muitas vezes se aproveitam áreas que não foram desmatadas com o propósito de se produzir a coca, assim como ocorre no Brasil, onde terras devastadas para a produção de carvão vegetal, por exemplo, acabam virando pastos. Ainda assim, trata-se de um fator de pressão sobre a floresta.

Outro problema apontado pelo governo colombiano é que, para adubar o solo pobre das regiões de selva, os plantadores de coca usam até dez vezes mais agrotóxicos que os produtores de plantas legais.

Desfolhantes
Também o combate ao cultivo de coca pode ser prejudicial à floresta, já que uma das técnicas para destruir as plantações é lançar desfolhantes sobre elas com aviões. “Na Amazônia há duas bases de onde saem aviões com desfolhantes”, aponta Salazar. O uso desse tipo de produto químico é mais necessário na região de selva do que nas áreas montanhosas da Colômbia, pois em muitos casos as plantações são protegidas por guerrilheiros como os das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O pesquisador do Sinchi afirma que o efeito prejudicial dos desfolhantes sobre a floresta ainda está sendo estudado por instituições governamentais e não-governamentais. “Não há resultados conclusivos sobre os danos. É uma discussão mais ideológica do que técnica ou científica”, diz Salazar. De uma forma ou de outra, explica o pesquisador, nas áreas de reserva a erradicação da coca é feita manualmente, já que a fumigação ali é proibida por lei.

A poluição dos rios e da terra é outro efeito negativo da produção de cocaína. Segundo o governo colombiano, cada hectare (10 mil metros quadrados) de plantação resulta em aproximadamente 7,4 quilos da droga para ser vendida no varejo. Para refiná-la são necessários 647 quilos de cimento, 912 litros de gasolina, 8 litros de ácido sulfúrico, 11 litros de amoníaco, além de outros produtos químicos que acabam sendo despejados nos rios ou no solo.

(Dennis Barbosa, Globo Amazônia / AmbienteBrasil, 01/06/2009)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -