O líder do PMDB, deputado Antônio Aguiar, contestou a possibilidade de Santa Catarina ser enquadrado como um dos estados que mais degradou a Mata Atlântica. Ele defende levantamentos encomendados pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), que utiliza dados do mapeamento da cobertura vegetal do Programa de Proteção da Mata Atlântica (PPMA), financiado pelo banco alemão KFW, e que garante a atual cobertura nativa de 41% do território estadual.
Aguiar disse da tribuna, nesta quarta-feira (27/05), que há diferença de metodologias usadas entre a Fatma e a organização não-governamental SOS Mata Atlântica, que denuncia um suposto desmatamento excessivo, levando em conta apenas propriedades com ao menos cinco hectares. A Fatma analisou terras com metade do tamanho, a partir de dois e meio hectares. O deputado observa que foram investidos cerca de R$ 1,2 milhão em imagens de satélite e trabalho de mapeamento que comprovaram a existência de 41,4% de cobertura vegetal nativa, formados por florestas primárias e em estágio de regeneração médio e avançado, e 31% de campos naturais e pastagens. A parte do território usada para a agricultura representa 16 % do estado, e os reflorestamentos, 7,2% - área equivalente a 691 mil hectares, o que pode ser considerado um reforço à área de matas nativas.
O parlamentar destacou o município de Itaiópolis, que possui 75 mil hectares de matas preservadas, que representam 58% do território local. “Tem, inclusive, um grande potencial turístico, justamente em função de suas belezas naturais”, observou Aguiar, que também citou Joinville, o mais populoso município catarinense, com grande parque industrial e 69 mil hectares de floresta nativa na cobertura do solo do município. Lembrou, ainda, de Santa Terezinha, onde 48 mil hectares de floresta nativa correspondem a 66,4% do município.
Para Aguiar, Santa Catarina precisa de sua natureza preservada para garantir qualidade de vida à população e para atrair turistas, “já que o turismo é uma atividade que valoriza a preservação ambiental, sua galinha dos ovos de ouro”. O peemedebista fez questão de afirmar que não contesta a atuação de instituições que trabalham pela defesa ambiental, “mas, sim, a maneira como são apresentados dados que não conferem com a realidade de nosso Estado”.
(Alesc, 28/05/2009)