(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
queima limpa de carvão passivos do carvão política ambiental china
2009-05-29

O ritmo frenético em que a China vem construindo usinas elétricas movidas a carvão vem causando em todo o mundo preocupação quanto aos efeitos sobre as mudanças climáticas. Hoje a China utiliza mais carvão que EUA, Europa e Japão juntos, fazendo dela a maior emissora mundial de gases que estão aquecendo o planeta. Mas, em meio às críticas, poucos têm observado que, nos últimos dois anos, a China tem emergido como a maior construtora mundial de usinas a carvão mais eficientes e menos poluentes, tendo dominado a tecnologia e reduzido seu custo.

Enquanto os EUA ainda discutem a possibilidade de construir um tipo mais eficiente de usina elétrica movida a carvão, que emprega vapor em altíssima temperatura, a China já começou a construir essas usinas ao ritmo de uma por mês. "Os passos que os chineses vêm dando estão provavelmente entre os mais acelerados e sérios da história da geração elétrica", disse Hal Harvey, presidente do grupo ClimateWorks, de San Francisco, EUA, que ajuda a financiar projetos para limitar o aquecimento global.

Os países ocidentais continuam a depender fortemente de usinas elétricas movidas a carvão construídas há décadas, com tecnologia ineficiente e superada, que queimam muito carvão e emitem volumes consideráveis de dióxido de carbono. A China começou a exigir que as empresas de eletricidade aposentem uma usina mais antiga e mais poluente para cada usina nova que constroem.

A China Huaneng Group, maior empresa estatal de eletricidade do país, é também sócia majoritária da joint venture que está erguendo uma usina de baixa poluição em Tianjin, que converterá o carvão em gás antes de queimá-lo. Cao Peixi, presidente da empresa, disse que está comprometido com o projeto, apesar de que seu custo será mais alto que o das usinas convencionais. "Não devemos pensar esse projeto desde a perspectiva puramente financeira", explicou. "Ele representa o futuro." Não há dúvida de que o setor elétrico chinês movido a carvão ainda tem muitos problemas, e a expectativa é que a emissão de gases de aquecimento global continue a aumentar no país. O objetivo da China é usar as tecnologias mais modernas para limitar o volume desse aumento.

Apenas a metade das usinas elétricas chinesas movidas a carvão possui os equipamentos de controle de emissões necessários para remover os compostos sulfúricos que provocam a chuva ácida, e mesmo as usinas que possuem a tecnologia nem sempre a utilizam. A China ainda não regulamenta algumas das emissões que causam a nuvem pesada de poluição em suas grandes cidades. Mesmo entre as usinas chinesas de construção recente, nem todas são modernas. Apenas cerca de 60% delas estão sendo construídas com a tecnologia mais nova -altamente eficiente, porém mais cara.

Com eficiência maior, uma usina elétrica queima menos carvão e emite menos dióxido de carbono para cada unidade de eletricidade que gera. Especialistas dizem que as usinas chinesas menos eficientes hoje convertem em eletricidade 27% a 36% da energia presente no carvão. As usinas mais eficientes alcançam eficiência superior a 44%, ou seja, podem reduzir as emissões de gases de aquecimento global em mais de 30%, comparadas às usinas mais fracas.

A eficiência média das usinas americanas movidas a carvão ainda é maior que a da média das usinas chinesas, porque a China construiu tantas usinas ineficientes na última década. Mas a China tem rapidamente reduzido essa diferença, com alguns dos projetos mais avançados do mundo. Em relatório divulgado em 20 de abril, a Agência Internacional de Energia disse que, depois de até recentemente usar tecnologia mais antiga, "a China se tornou o maior mercado mundial de usinas elétricas movidas a carvão com sistemas de controle de emissões de alta especificação".

As melhoras empreendidas pelo país começam a exercer efeito sobre os modelos climáticos. Em seu último relatório anual, divulgado em novembro, a AIE reduziu de 3,2% para 3% sua previsão do aumento anual das emissões chinesas de gases de aquecimento global, graças aos ganhos tecnológicos, especialmente no setor do carvão. Ao mesmo tempo, a agência elevou levemente sua previsão do crescimento econômico chinês. "O país está definitivamente mudando, e isso está sendo levado em conta", disse Jonathan Sinton, especialista em China na agência energética. Contudo, pelo fato de continuar a fazer uso intensivo de carvão, que lhe fornece 80% da energia consumida no país, a China vai continuar a emitir muito dióxido de carbono. Mesmo uma usina elétrica eficiente movida a carvão emite o dobro do dióxido de carbono de uma usina a gás natural.

Talvez a maior dúvida agora seja quão longe a China conseguirá avançar além de suas conquistas recentes. Em especial, com que rapidez o país vai progredir para a adoção de usinas elétricas que capturam suas emissões e as armazenam no subsolo ou sob o leito marítimo. O carvão ainda é a fonte mais barata de energia na China. O país é dono da terceira maior reserva de carvão, depois de EUA e Rússia.

Com a adoção da tecnologia dita "ultrassupercrítica", que emprega vapor de altíssima temperatura para alcançar a maior eficiência, e com a construção de muitas usinas idênticas ao mesmo tempo, a China garantiu uma redução dramática dos custos, graças às economias de escala. Hoje o custo de construção de uma usina ultrassupercrítica na China pode ser 30% inferior ao da construção de uma usina movida a carvão menos eficiente nos EUA.

(Por Keith Bradsher, New York Times / Folha de S. Paulo, 25/05/2009)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -