Um grupo de 300 pescadores de comunidades da zona norte do Rio, região metropolitana e da Baixada Fluminense, está reunido nesta quarta (27/05) em frente à sede da Petrobras, no Centro do Rio, para protestar contra o projeto GLP da Petrobras, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. O projeto está sendo executado pelo consórcio GLP Submarino, que reúne as empresas GDK e Oceânica. Segundo o presidente da Associação Homens do Mar (Ahomar), Alexandre Anderson, as embarcações das obras têm provocado acidentes e danos ambientais na região.
- Eles utilizam maquinários e embarcações de grande porte em áreas com até trinta centímetros de água, o que é um absurdo, fazem remoção de subsolo marinho, causando mortandade de peixes e aparecimento de muita quantidade de óleo.
Anderson disse que, além da falta de peixes, os dutos em construção na praia de Mauá, na Bahia de Guanabara, impedem o trabalho de cerca de 3.000 pescadores, entre caranguejeiros, catadores de siri e pescadores artesanais de rede. Esses dutos são usados para escoamento de gás de cozinha.
Os manifestantes se vestiram com roupas de luto pelo assassinato do pescador Paulo Cezar dos Santos Souza, que era tesoureiro da Ahomar e foi morto no dia 22 de junho, com cinco tiros no rosto e na nuca, na frente da mulher e dos filhos, em Magé (RJ). A assessoria de comunicação da Petrobras informou que a empresa não vai se manifestar sobre o assunto, visto que apenas as empresas do consórcio e as investigações da polícia podem responder as denúncias feitas pelos pescadores.
O presidente da associação dos pescadores disse que o grupo não sairá da sede da empresa enquanto não for recebido por representantes da Petrobras. A GDK informou que a assessora responsável se encontrava num evento fora da empresa e não poderia dar informações. A assessoria Oceânica não havia retornado o contato até o fechamento da matéria.
(JB Online / PortoGente, 27/05/2009)