Esquema facilitou venda de árvores cortadas por desmatadores. Nove pessoas foram afastadas da Secretaria de Meio Ambiente do estado
Uma fraude no sistema que controla o fluxo de madeira no Pará liberou para venda cerca de dois mil caminhões de árvores cortadas de forma ilegal. Segundo nota publicada pelo governo estadual, o estoque de madeira autorizada para corte, que é controlado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), foi alterado por funcionários da própria instituição. Nove pessoas foram afastadas para a apuração das irregularidades.
De acordo com o documento divulgado na noite desta segunda-feira (25/05), a fraude teria facilitado o comércio de 50 mil metros cúbicos de madeira ilegal. Considerando o preço médio das toras na região, a operação envolve cerca de R$ 15 milhões. Entre as espécies autorizadas há ipê, maçaranduba, angelim e sucupira, todas de alto valor comercial.
Investigações preliminares indicam que a movimentação nos saldos de estoque foi feita de dentro da própria Sema, já que não haveria indícios do ataque de hackers. Para entrar no sistema, foram utilizadas senhas de funcionários do governo, e as mudanças foram feitas fora do horário de expediente. Um processo disciplinar foi aberto na secretaria para a apuração das fraudes. Segundo o governo do Pará, todas as informações sobre o caso estão sendo repassadas ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal.
(Globo Amazônia, 26/05/2009)