O mercado global dos créditos para emissões de carbono dobrou de valor no ano passado, apesar da crise mundial no segundo semestre, mas o ritmo da redução das emissões diminuiu, disse o Banco Mundial nesta quarta-feira (27/05).
O mercado saltou de 63 bilhões de dólares em 2007 para 126 bilhões no ano passado, o que significa quase 12 vezes o valor de 2005, segundo relatório do Banco Mundial. Foram comercializados créditos relativos a 4,8 bilhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono, alta de 61 por cento em relação ao ano anterior. Mas a maior parte desse volume foi negociado no mercado secundário, o que significa uma troca entre companhias, com possibilidade de lucros, e não uma redução real das emissões de gases do efeito estufa.
Os cortes de emissões efetivamente feitos e vendidos por projetos de energia limpa com registro na ONU em países em desenvolvimento caíram 30 por cento em 2008, ficando em 389 milhões de toneladas, ou 6,5 bilhões de dólares. Em 2007, o valor havia sido de 7,4 bilhões. "A oferta continua sendo restringida por demoras regulatórias nos registros e distribuição, e a crise financeira tornou o financiamento de projetos extremamente difícil de obter", disse o relatório.
O lucrativo mercado secundário para essas reduções, habitado por empresas que buscam compensar suas emissões ou simplesmente lucrar com as alheias, mais do que quadruplicou, alcançando 1,07 bilhão de dólares. O mecanismo de créditos de carbono da União Europeia cresceu 87 por cento no ano passado, alcançando 92 bilhões de dólares, segundo o Banco Mundial.
(Por Michael Szabo e Nina Chestney, Reuters Brasil, 27/05/2009))