A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária apresentou hoje pela manhã (27) na Comissão de Economia da Assembleia Legislativa o Zoneamento Agroclimático da Olivicultura para o Rio Grande do Sul.
O documento, que será encaminhado ao Ministério da Agricultura, concluiu que o sul, a fronteira oeste e parte do centro e do noroeste do Estado são apropriados para a cultivo de oliveiras. Nessas regiões, a temperatura, a umidade do ar e a incidência de chuvas e geadas são semelhantes as existentes nos maiores produtores mundiais de azeitonas de mesa e azeite de oliveira – Itália, Espanha e Portugal. A apresentação foi feita durante uma audiência pública, realizada a pedido do deputado Ronaldo Zulke (PT).
O parlamentar, integrante da missão gaúcha que percorreu em abril os principais centros produtores da Europa, acredita que a olivicultura representa uma alternativa de diversificação da matriz produtiva gaúcha e de geração de renda para a agricultura familiar. “Retornei convicto de que o Estado poderá ser produtor de azeitonas e de azeite de oliva. Temos características climáticas favoráveis e, aqui, não falta mão-de-obra, como ocorre na Espanha e na Itália”, avaliou Zulke.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário está elaborando um estudo de viabilidadade econômica da atividade. O trabalho, que deverá ser concluído nos próximos meses, servirá de parâmetro para a liberação de recursos para a implantação de pomares, assistência técnica e financiamentos.
Experiência Pioneira
Desde 2005, um grupo de 45 agricultores de Caçapava do Sul já se dedica ao cultivo de oliveiras. O município, em que 85% das propriedades rurais têm menos do que 50 hectares, tem 250 hectares plantados. A expectativa é de colher a primeira safra no próximo ano. Os menos otimistas, como a secretária da associação dos proutores, Diaine Teixeira Dias, acreditam que a produtividade será de 10 quilos de frutas por planta. O índice, conforme técnicos da Embrapa, justifica o planio.
O secretário de Agricultura do município, Eduardo Leão Freitas, anunciou que a prefeitura irá garantir espaço no distrito industrial para a instalação da primeira fábrica de óleo de oliva do País. Dê olho na crescente demanda por azeitonas de mesa e por azeite, ele acredita que a atividade irá alavancar o desenvolvimento na região, desenvolvendo uma cadeia produtiva própria e incluindo agricultores familiares.
Embora o consumo de azeite de oliva no Brasil ainda seja considerado baixo, o País é o terceiro maior importador do produto. Cada brasileiro consome, por ano, cerca de 223 gramas do óleo. Na Grécia, o consumo é de 2 kg/per capita/ano. Mesmo assim, seriam necessários 30 mil hectares cultivados para suprir a demanda nacional.
(AL-RS, 27/05/2009)