Santa Catarina ocupa o segundo lugar no ranking brasileiro de desflorestamento da Mata Atlântica entre 2005 e 2008, atrás apenas de Minas Gerais. A informação foi divulgada nesta terça (26/05) pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nos últimos três anos, o Estado perdeu 25,9 mil hectares. Além de figurar entre os estados que estão em situação crítica, o dados que integram o novo levantamento do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica ainda elencam os municípios de Itaiópolis, no Planalto Norte, e Santa Cecília, no Meio-Oeste, entre os líderes em desmatamento no país.
No entanto, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), Itaiópolis, apontada com a segunda cidade brasileira que mais desmatou nos últimos três anos, apresenta a maior área de mata nativa do Estado – cerca de 58% dos 75,3 mil hectares do território.
– A situação está controlada. Uma fiscalização rigorosa no ano passado inibiu o desmatamento. Temos muita mata aqui e a cidade sofreu uma grande expansão – afirmou o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Agenor Stocco.
O secretário de Administração de Santa Cecília, Francisco Inácio Luvisa, observou com desconfiança os números apresentados pelo levantamento. A cidade, que ocupa o 10º lugar entre as que mais perderam cobertura vegetal no período, está classificada pela Fatma entre as maiores reflorestadoras.
– Eu não posso acreditar nisso. Há três décadas fizemos um reflorestamento com recurso de incentivo fiscal e hoje estamos fazendo a colheita de pinus destas áreas. Mas esta mata não é nativa. Penso que eles consideraram esta área – justificou Luvisa.
Os desflorestamentos entre 2005 e 2008 totalizaram 102,9 mil hectares nos 10 estados avaliados pela pesquisa, mantendo a média anual de 34,1 mil hectares de desflorestamento por ano. De acordo com o levantamento, os cinco estados onde houve mais devastação foram, na ordem, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul.
A diretora da Fundação SOS Mata Atlântica e coordenadora do estudo pela entidade, Márcia Hirota, disse que o desmatamento nesses estados ocorre principalmente para substituir o uso da floresta, geralmente para a agropecuária e exploração de pinus, principalmente em Santa Catarina. Segundo o estudo, Santa Catarina ainda preserva 23,29% de seus remanescentes florestais. No país, a Mata Atlântica está reduzida a 7,9% de sua área original.
(Por Nanda Gobbi, Diário Catarinense, 27/05/2009)