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angra 2 acidente nuclear
2009-05-27

Onze dias após um vazamento de partículas radioativas na usina nuclear Angra 2, a Eletronuclear e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) confirmaram nesta terça (26/05) o acidente, que foi divulgado inicialmente por uma organização não-governamental de Angra dos Reis. Segundo a Eletronuclear, o vazamento ocorreu no dia 15 dentro de uma câmara de descontaminação e ficou restrito à área controlada da usina. O incidente provocou contaminação leve nas roupas, pantufas, mãos e rostos de quatro funcionários, segundo o relatório de atividades do serviço de inspeção da CNEN em Angra ao qual o Valor teve acesso.

Três funcionários foram levados para o Centro de Medicina das Radiações Ionisantes (CRMI), onde passaram por um processo de descontaminação. A CNEN informou, em nota, que os quatro trabalhadores "foram contaminados em níveis abaixo de 0,1% dos limites estabelecidos em norma para os trabalhadores". O superintendente de proteção radiológica da Eletronuclear, João Carlos da Cunha Bastos, explicou que houve um Evento Não Usual (ENU) e que o incidente foi notificado aos órgãos competentes. O limite fixado pela legislação como aceitável em caso de contaminação nuclear é 10 mil vezes superior ao registrado em Angra 2. No ano passado, a Eletronuclear registrou três ENUs, mesmo número de eventos verificados até agora este ano.

Rafael Ribeiro, diretor da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sapê), uma das mais combativas contra a geração de energia nuclear, disse que soube do acidente "na rua" em Angra dos Reis e que não conseguiu obter informações adicionais de nenhuma autoridade na cidade, seja na usina ou na CNEN. "Veja como a questão é importante e as informações são travadas. O dia que tivermos um problema grave terão que ser vencidas muitas barreiras para podermos agir", observa Ribeiro.

Bastos, da Eletronuclear, disse que a contaminação foi provocada pela falha de um funcionário não terceirizado da usina, que trabalha na empresa desde 1996. Ele entrou na câmara de descontaminação que fica dentro de uma oficina mecânica conhecida como "oficina quente" no edifício auxiliar do reator e onde são manipuladas peças contaminadas.

O funcionário, que foi punido e vai passar por um novo treinamento, entrou no local, mas não fechou a porta e nem ligou o sistema de exaustão. Com isso, o material contaminado (aerosol) entrou no sistema de ventilação, sendo detectado pelos sensores de uma chaminé de descarga de gases, que disparou um alarme. "Houve o espalhamento de uma contaminação, mas que ficou restrito às áreas controladas de Angra 2", frisou Bastos. Segundo ele, o funcionário punido "entendeu que cometeu uma falha grosseira e inadmissível".

Rogério Gomes, da Associação dos Fiscais de Radioproteção e Segurança Nuclear, não vê falha humana no ocorrido e sim falha de procedimento. "É preciso que hajam procedimentos para evitar que um erro cometido gere um incidente maior. E essa cultura de que é tudo sigiloso na área nuclear não ajuda", avalia Gomes, que critica o fato de a CNEN atuar como fiscalizadora e reguladoras das atividades nucleares ao mesmo tempo em que precisar promover e incentivar essa indústria.

Rafael Ribeiro, da Sapê, defende mudanças no sistema de informações sobre incidentes nas instalações nucleares aproveitando as discussões sobre a construção da terceira usina nuclear na cidade. "Há anos estamos propondo a criação de um controle social sobre a operação das usinas, formado por organizações sociais, executivos e legislativo municipal. A medida serviria para dar maior controle social, mais segurança à população e confiabilidade às usinas. Mas a medida não combina com as práticas autoritárias da indústria nuclear", afirma Ribeiro. "O que nos daria maior segurança e menos aflição é ter um sistema no qual a gente confie."

(Por Cláudia Schüffner, Valor Econômico, 27/05/2009)


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