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crescimento econômico desenvolvimento da amazônia
2009-05-27

Dados mostram que é preciso cautela para que acordo econômico com empresas não seja sinônimo de dependência

Um estudo, que analisou o relacionamento entre comunidades locais e empresas atuantes na região amazônica, mostrou que, apesar de a cooperação econômica entre as companhias Natura, Agropalma e Sambazon e pequenos produtores da Amazônia ter beneficiado as pessoas que participaram do contrato, a parceria pode trazer resultados negativos.

Embora o acordo tenha aumentado o acesso a recursos e ativos, títulos de terra, crédito, acesso a educação, eletricidade e outros serviços por parte das comunidades locais, esses benefícios também podem ter efeito negativo. Isso porque, segundo a pesquisa, tais avanços podem dar margem para que as companhias tenham cada vez mais intervenções paternalistas na região, entravando o poder de decisão das comunidades. Outras dúvidas do estudo são sobre se as mulheres e outros grupos excluídos seriam inseridos nos processos de decisão sobre as parcerias para produção.

A pesquisa, promovida pelo Royal Tropical Institute, com apoio do Instituto Peabiru, destacou a importância da parceria entre grandes empresas, governantes, comunidades locais e Organizações Não-governamentais (ONGs) para o alcance do desenvolvimento regional sustentável na Amazônia, partindo de questões levantadas por cada um desses setores. Um receio, sobre os acordos econômicos entre empresas e comunidades, é o de que a população beneficiada não desenvolva formas próprias de defesa frente às oscilações do mercado e à fragilidade da parceria com uma única empresa, o que poderia levar a dependência econômica e falta de consciência cidadã.

Para evitar que isso ocorra, o Instituto Peabiru vem promovendo oficinas participativas junto às comunidades parceiras de grandes empresas, na Amazônia, esclarecendo sobre a importância do associativismo e da reivindicação de direitos. João Meirelles, que integra o Instituto e participou da realização do relatório, já acompanha a atuação das empresas nele incluídas há algum tempo, e disse que o trabalho conjunto tem por objetivo produzir intervenções sociais para que essas companhias participem de uma mudança social.

O ambientalista acredita que as empresas não devem se limitar a apoiar os pequenos grupos, mas também devem se esforçar para trazer ao mercado as diferentes comunidades da região. Ele acrescenta que as empresas podem consumir não só matérias-primas produzidas pela comunidade, mas também incentivar outras experiências de geração de renda por parte dos habitantes locais, como o fornecimento de alimentos e a garantia da limpeza de um rio, por exemplo. Segundo Meirelles, é importante não deixar que a tecnologia das empresas se contraponha a uma produção local atrasada e com exploração. "É preciso permitir que as comunidades entrem no mercado com condições que não as joguem para a periferia, por uma fronteira do conhecimento", diz.

Ele também explica que os processos de parceria entre empresas e comunidades devem ter caráter de complementação de renda, e não ser única fonte de recursos para essas populações. "O ideal é que cada comunidade tenha diversos parceiros", afirma. Para a diversificação das formas de obtenção de renda, Meirelles deixa claro que não há uma receita a ser seguida. "Em algumas comunidades, será possível a produção de mel, em outras, haverá espaço para turismo, ou área agrícola. Não há um modelo único, mas sim, várias possibilidades que tenham em comum a busca por sustentabilidade e conservação da biodiversidade".

Outro avanço além do comprometimento cada vez maior das empresas com a diminuição das desigualdades e a preservação do meio ambiente, vem sendo a forte manifestação da opinião pública contra ações empresariais exploratórias e causadoras de danos ambientais. No entanto, Meirelles destaca que a relação entre empresas e sociedade ainda pode e deve evoluir. "O papel das ONGs de só fiscalizar já está ultrapassado. A evolução necessária depende do diálogo entre essas organizações e os empresários, para que se tire algum projeto útil para ambos, um ponto em comum", concluiu.

Veja o estudo, em versão em inglês, na íntegra.

(Por Fabíola Munhoz, Amazonia.org.br, 26/05/2009)


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