O líder do PTB na Assembleia Legislativa, Aloísio Classmann, reivindicou nesta terça-feira (26) novos canais de negociação juntos ao governos federal e estadual para ampliar a ajuda aos agricultores atingidos pela estiagem no Rio Grande do Sul. Cerca de 200 municípios foram afetados, acarretando um prejuízo na economia que ultrapassa R$ 1,2 bilhão.
“Além de prejudicar e afetar fortemente a produção agrícola, suinocultura, produção leiteira, pecuária, dentre outros segmentos do setor produtivo, milhares de agricultores foram levados à esta difícil situação e precisam de ajuda dos governos para poderem reerguer-se”, destacou o deputado.
A seca atingiu mais de um terço dos municípios, especialmente as regiões Celeiro, Grande Santa Rosa, Missões, Planalto Médio, Zona da Produção, Médio Alto Uruguai, Regiões Norte e Nordeste.
“Nos últimos dias, multiplicam-se protestos em todas essas regiões de agricultores e prefeituras que paralisam suas atividades e organizam manifestações especialmente contra a verdadeira discriminação com que o Governo Federal dispensou na ajuda aos municípios do Rio Grande do Sul”, lembrou ele. Neste sentido, Classmann questionou o fato do Rio Grande do Sul ter sido contemplado pela União com apenas R$ 20 milhões – uma média de menos de 80 mil reais por municípios – enquanto as cidades do Norte e Nordeste do país, atingidos igualmente pela calamidade das águas, recebem mais de R$ 700 milhões. “ O Governo Federal não pode tratar milhares de gaúchos que tiveram uma perda para a economia de todo o Estado de mais de R$ 1 bilhão com uma esmola de apenas 20 milhões. Precisamos fazer valer nosso peso político e exigir aquilo que nos é de direito e de justiça”.
O parlamentar enumerou os prejuízos causados aos produtores gaúchos em comparação aos recursos destinados por parte da União às calamidades climáticas em todo país. “Ou seja, dos R$ 880 milhões liberados pelo Governo Federal para amenizar prejuízos com a seca e enchentes no país, apenas R$ 20 milhões virão para o RS. São recursos insuficientes para atender as necessidades de recomposição das prefeituras e também para apoio às famílias de agricultores”, reivindicou.
O deputado reforçou, ainda, a posição das entidades representativas como a Farsul e Famurs que consideram o valor insuficiente, uma vez que a quantia repassada aos gaúchos representa apenas 2% dos R$ 880 milhões. Segundo o presidente da Famurs, Elir Girardi, o necessário para o Estado é R$ 300 mil para municípios em situação de emergência de até 10 mil habitantes e R$ 500 mil para as cidades de população maior. Em Tupanciretã, destacou ele, maior produtor de soja do Rio Grande do Sul, o prejuízo calculado pela Prefeitura chega a R$ 100 milhões. “
Em boa hora, a Assembleia Legislativa abraçou essa causa junto ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e ao secretário estadual das Relações Institucionais, Celso Bernardi, no sentido de mostrar-lhes que sem a ampliação do apoio financeiro efetivo dos governos esses milhares de agricultores estarão condenados à falência. É isso que queremos. A ampliação urgente e imediata do socorro, nos mesmos moldes do fornecido aos estados do Norte e Nordeste, já que nossos irmãos gaúchos não merecem nem mais nem menos do que nossos irmãos do Norte”.
(AL-RS, 26/05/2009)