De acordo com um estudo realizado por cientistas da Universidade de Cambridge, a meta de proteger 10% das florestas mundiais acordada por 191 países durante a Conferência da Diversidade Biológica (CDB) em 2004 não será alcançada. O estudo, que analisa a segurança em que se encontram os 20 maiores tipos de floresta ao redor do globo, demonstra que apenas 7,7% estão atualmente protegidos de acordo com as categorias estabelecidas pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN - International Union for Conservation of Nature). A base conceitual para o trabalho é a definição da FAO que as florestas são áreas de mais de 0,5 hectares com mais de 10% de dossel.
Além da importância das florestas para a conservação da biodiversidade, elas também possuem um papel elementar na manutenção do clima terrestre, do ciclo da água e de outros recursos essenciais para a vida. Além do não alcance da meta, o estudo demonstra que o nível de proteção dos diferentes tipos de florestas também varia enormemente, podendo ser de apenas 3,2% para as florestas úmidas temperadas.
De acordo uma classificação da WWF, a análise contemplou 825 ecorregiões do mundo, concluindo que 65% delas têm menos de 10% das florestas protegidas. Com mais de 50% de florestas protegidas, partes da Amazônia, o sudeste da Ásia e o Alasca ficaram entre as ecorregiões com maior nível de proteção. As informações utilizadas pelo grupo são provenientes de um mapa publicado em 2000 pelo Centro de Monitoramento da Conservação Mundial de Cambridge, que faz parte do Programa de Meio Ambiente da ONU (UNEP). O mapa foi atualizado com informações de satélite coletadas em 2005. Apesar disto, o ecologista florestal da Universidade de Wales, John Healy disse que o estudo é importante pois considera as ecorregiões e tipos florestais, ao invés de apenas a cobertura florestal.
(Por Fernanda B Muller, CarbonoBrasil, 26/05/2009)