A Polícia Federal realiza nesta segunda-feira a segunda etapa da Operação Simbiose Curare, no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá. A área fica na divisa com a Guiana Francesa. Trinta policiais federais combatem crimes ambientais, como a garimpagem ilegal e desmatamento florestal, até esta terça-feira (26/05). A operação tem apoio do Exército, que cedeu 250 homens e quatro helicópteros, Receita Federal, Instituto Chico Mendes e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Prevista para durar dez dias, a ação da PF inclui patrulhamento no rio Oiapoque em busca de focos de garimpo clandestino. Uma frente está fiscalizando as comunidades de Ilha Bela e Vila Brasil, situadas dentro do Parque Nacional e ocupadas irregularmente. Essas localidades servem de apoio para a garimpagem clandestina. Barreiras também foram montadas para patrulhamento rodoviário na região de Calçoene. O objetivo dos obstáculos é controlar o tráfego local e reprimir o contrabando.
A PF apreendeu 1.200 litros de óleo diesel, espingardas, motosserras, balanças, rádios-comunicadores, baterias, motores e bombas de sucção - estas, usadas para retirar areia das zonas de garimpo. O assessor de imprensa da superintendência da PF no Amapá, Dacildo Gomes, informou que não foram efetuadas prisões. "A ação tem caráter repressor-educativo", disse. Porém, ele não descarta detenções em futuras operações caso haja reicidência dos garimpeiros e contrabandistas.
Durante a operação, foram libertadas animais mantidos em cativeiro, como pássaros curiós engaiolados. Na orla de Oiapoque, agentes apreenderam motores de polpa de origem estrangeira e dois jet-skis que estavam sem documentação legal. O termo "curare", que nomeia a operação, é dado ao veneno extraído de plantas que os indígenas usam na flecha para matar os inimigos. A Operação Simbiose Curare 1, deflagrada em dezembro de 2008, concentrou-se na derrubada de construções irregulares. A Simbiose Curare 3 está prevista para julho.
(Folha Online, 25/05/2009)