Completou-se na última quinta-feira (21/05), dez dias de interdição da estrada que dá acesso ao acampamento minerador da empresa Petaquilla Gold e Minera, na comunidade de Nazareno, no Panamá. O "Comitê pró-fechamento de Petaquilla" - formado por comunidades camponesas e indígenas - está exigindo que o governo proíba as atividades da mineradora, consideradas maléficas ao ecossistema da região.
Os manifestantes estão impedindo, de forma não violenta, a passagem de máquinas, veículos, empregados e operários da empresa. O grupo permite, apenas, a passagem de moradores da região, veículos comerciais, pessoas que precisem de atendimento médico urgente e transportadores que não estejam levando cargas para os projetos de mineração.
Durante uma reunião com as comunidades atingidas, no último sábado (16/05), representantes do Estado se comprometeram a dar resposta às petições dos camponeses e indígenas até amanhã (22/05). As comunidades afirmam que cessarão a interdição da estrada só após o governo anunciar uma resolução que ordene a suspensão imediata do projeto minerador.
Os manifestantes alegam que a Petaquilla Gold está devastando bosques, rios, o ar atmosférico e transgredindo o direito à vida de dezenas de comunidades localizadas de Coclé e Colón até a costa do Mar do Caribe. As comunidades camponesas e indígenas não aceitam a aprovação do suposto Estudo de Impacto Ambiental com 40 cindicionamentos à atividade, realizado pela Autoridade Nacional do Ambiente (Anam) e alegado pela Petaquilla Gold. Segundo os manifestantes, essa pesquisa contraria o documento anterior da Anam, divulgado em 13 de novembro de 2008.
Campanha contra mineração metálica a céu aberto
Uma campanha contra a mineração metálica a céu aberto está arrecadando assinaturas no Panamá para a proibição dessa atividade no país. A campanha está sendo organizada pelo Centro de Incidência Ambiental (CIAM) a Rede Anti-mineração Panamenha (REDAP). Pesquisas apontam que a mineração metálica a céu aberto causa impacto negativo ao meio ambiente, em especial, às águas subterrâneas. A atividade produz dejetos tóxicos, devasta bosques, causa desertificação, afeta as bacias hidrográficas e a biodiversidade.
A União Internacional pela Conservação da Natureza (UICN) determinou que a região centro-americana, onde está situado o Panamá, não conta com as condições mínimas requeridas para controlar e minimizar os efeitos negativos e irreversíveis desta atividade.
(Adital, 21/05/2009)