O Brasil precisa ser forçado para que cumpra com os termos do Tratado de Itaipu. Foi o que opinou, em declarações à rádio Cardinal AM e reproduzidas na fronteira pelo Diário Vanguardia, de Ciudad del Este, o diretor paraguaio da binacional Itaipu, Carlos Mateo Balmelli. “Minha posição, que defendo há muito tempo, é que temos que forçar o Brasil para que cumpra o Tratado, no que diz respeito à venda do excedente energético”, afirmou Mateo, defensor da proposta de que a energia paraguaia de Itaipu deve ser vendida, sem a intermediação da Eletrobrás, dentro do próprio Brasil.
Questionado sobre as possibilidades de êxito desta e de outras propostas formuladas pelo governo paraguaio aos seus pares do Brasil, o diretor opinou que “primeiro é preciso chegar ao objetivo, para depois festejar”. O Vanguardia ressalta, porém, que Mateo não pôde participar do encontro de cúpula entre Fernando Lugo e seu colega Luiz Inácio Lula da Silva, no início do mês, por conta de uma convocatória feita por parlamentares paraguaios, referentes a supostas irregularidades na gestão paraguaia da binacional.
Pela proposta de Mateo, ao invés de buscar a venda da energia a terceiros países, opção vetada pelo Tratado, o Paraguai deve insistir na quebra do monopólio da Eletrobrás na venda do excedente paraguaio e solicitar autorização para que a paraguaia ANDE negocie, diretamente, com as distribuidoras brasileiras.
(Por Guilherme Dreyer Wojciechowski, SopaBrasiguaia.com, 22/05/2009)