Em entrevista concedida na manhã de quinta (21/05), em Asunción, durante “café-da-manhã” com jornalistas, o chanceler Héctor Lacognata e seu vice, Jorge Lara Castro, opinaram que a via mais provável para a resolução da controvérsia sobre a binacional Itaipu seja a adoção de medidas políticas. Por este motivo, Lacognata disse ter pressa na obtenção de um acordo que contemple os pontos principais das reivindicações paraguaias, em razão da proximidade com a eleição presidencial brasileira, prevista para o próximo ano, e da eventual vitória da oposição comandada pelo PSDB.
“Evidentemente, uma conjuntura eleitoralista pode dificultar qualquer tipo de negociação e é lógico que antes que o Brasil entre no clima eleitoral, seria conveniente e até ideal que pudéssemos avançar na concretização das negociações”, afirmou. “Não quero ser fatalista nesse sentido e dizer que as coisas ficarão truncadas dali em diante, mas creio que a reunião de junho entre Lugo e Lula marcará uma tendência importante sobre como será definido este tema”, analisou o chanceler, referindo-se ao encontro previsto para a primeira quinzena do próximo mês.
Por sua vez, Jorge Lara Castro opinou que “o tema de Itaipu não é apenas técnico, mas também político, portanto, devemos considerar Itaipu como bem mais que uma simples hidrelétrica”. "Há pessoas na equipe do presidente Lula, que estão interessadas em resolver os problemas, porém, há setores com outro enfoque, o que gera tensões também no Brasil e pressão para que cheguemos a um acordo que satisfaça ambas as partes”, detalhou.
"O que tentamos fazer em Itaipu é recuperar a soberania para ter um estado forte, com capacidade de decisão. Exigimos 50% do que nos corresponde da energia", concluiu Lara Castro, cujas declarações foram reproduzidas, também, nos boletins das agências internacionais de notícias.
(Por Guilherme Dreyer Wojciechowski, SopaBrasiguaia.com, 22/05/2009)