Do total, R$ 3,1 bilhões serão financiados diretamente pelo BNDES
O consórcio Madeira Energia acaba de fechar um financiamento de R$ 6,2 bilhões para a usina de Santo Antônio, incluída no projeto do Rio Madeira, em Porto Velho (RO), cujos investimentos devem somar R$ 13,5 bilhões.
Segundo o jornal Gazeta Mercantil, do total do financiamento, o maior obtido por um programa de project finance no mundo no primeiro trimestre de 2009, R$ 3,1 bilhões representam investimentos diretos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a outra metade será repassada por um consórcio de bancos formado majoritariamente por instituições nacionais: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Amazônia, Banco do Nordeste do Brasil, Bradesco, Santander, Itaú Unibanco e Banco Espírito Santo (BES).
"A captação aconteceu em plena crise e tornou-se desafiador conseguir recursos com as instituições estrangeiras, uma vez que os bancos internacionais foram mais afetados que os nacionais. Além disso, como a receita do projeto é em reais, poderia gerar um descasamento se o financiamento fosse realizado em dólar", afirma Felipe Jens, presidente da Odebrecht Investimentos em Infraestrutura, um dos integrantes do consórcio, em entrevista ao jornal.
O consórcio Madeira Energia (Mesa) formado, além da Odebrecht, pela empresas Furnas Centrais Elétricas, Construtora Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez, Cemig e pelo Fundo de Investimento em Participações Amazônia Energia ficou responsável por todos os custos adicionais até o primeiro trimestre deste ano. A Odebrecht Investimentos detém 18,6% das ações da Sociedade de Propósito Específico (SPE) responsável pelo projeto. Já o FIP Amazônia Energia, que detém 20% da SPE, vendeu 25% de sua participação para o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). Com isso, o banco Santander e o Banif passaram a deter 25% e 50%, respectivamente.
Santo Antonio
Segundo o governo, a usina de Santo Antônio irá gerar 3.150 megawatts a partir de dezembro de 2012, quando deverá entrar em operação, mas o consórcio responsável pela concessão pretende antecipar o início do seu funcionamento.
O rio Madeira é o maior afluente do rio Amazonas e um dos mais importantes da região amazônica. Em Rondônia, estão prevista duas hidrelétricas, chamadas de Santo Antônio e Jirau, que juntas pretendem gerar cerca da metade da energia da usina hidrelétrica de Itaipu. A construção das hidrelétricas sofre forte pressão por parte de movimentos sociais e ambientalistas, devido aos impactos que o empreendimento pode causar ao meio ambiente, às comunidades locais e aos povos indígenas.
(Amazonia.org.br, 22/05/2009)