Prefeitura tem até segunda-feira para apresentar plano de remoção dos produtos
O Ministério Público aguarda para segunda-feira uma posição da prefeitura de Portão sobre a solução do caso da Rua São Pedro, bairro São Jorge, onde foram encontrados pesticidas no solo e na água. As estruturas foram lacradas e a família que vivia no terreno onde o material foi achado foi levada para outro ponto da cidade, mas os resíduos permaneceram.
A prefeitura deveria ter apresentado um plano de trabalho para a remoção dos resíduos químicos, reconstrução da casa e retorno da família até o dia 8 de maio. Caso o documento não seja entregue até segunda, o promotor Marcelo Tubino Vieira pretende ajuizar uma ação civil pública contra o município. ‘‘Espero medidas concretas’’, disse Tubino. De acordo com o secretário de Indústria, Comércio e Meio Ambiente, Délcio da Silva, está marcada para segunda-feira uma reunião com Fepam, quando será finalizado o trabalho e levado ao Ministério Público.
Ele explica que a prefeitura solicitou a um laboratório o estudo da rua em novembro do ano passado. ‘‘Foram detectados quatro pontos com resíduos químicos no terreno da casa da família. O problema é neste local, o restante da rua é seguro’’, disse Silva, destacando que quanto à água não há preocupação, pois os poços foram lacrados e a Corsan abastece as casas.
O secretário alega que o prazo firmado com o Ministério Público foi descumprido, pois o técnico encaminhado pela Fepam para tratar do assunto não pode participar. A assessoria de imprensa da Fepam informa que se ofereceu para auxiliar no trabalho, mas que a obrigação era do município.
Morando com o marido e a filha desde agosto do ano passado em um imóvel alugado pela prefeitura, a dona de casa Leonir Conceição, 40 anos, está insatisfeita. A casa em que ela vivia na Rua São Pedro foi destruída. ‘‘O contrato seria até agosto. Eu quero voltar porque aqui não podemos modificar nada porque não é nosso. Mas para ir, precisamos de um documento que dê certeza que não há perigo’’, disse.
A irmã de Leonir, Eliane Conceição da Silva Azevedo, 42 anos, vive na Rua São Pedro e também reclama dos problemas de saúde. ‘‘Estou aqui há mais de 20 anos e sempre tivemos dores de cabeça e no corpo, mas achávamos que era de curtume ou esgoto’’, disse Eliane.
(Jornal NH, 25/05/2009)