Os países do G8, a União Europeia (UE) e as grandes potências emergentes, como Brasil, China e México firmaram neste domingo (24/05), em Roma, um acordo para troca de informação e experiência em matéria de eficiência energética. O acordo foi assinado à margem da reunião de ministros de Energia do G8, na qual pediram que os países sigam investindo em energia para evitar problemas de fornecimento e a alta nos preços, em especial do petróleo, ao final da crise econômica.
Os estatutos desta Associação Internacional para a Cooperação em Eficiência Energética (IPEEC, International Partnership for Energy Efficiency Cooperation) foram firmados pelos países do G8, UE e por Brasil, China, Coreia do Sul e México. A iniciativa da IPEEC foi lançada em 2008, sob a presidência japonesa do G8, e "será a plataforma prioritária para compartilhar as experiências de nossos países em matéria de eficiência", disse o ministro italiano do Desenvolvimento Econômico, Claudio Scajola, anfitrião do encontro.
Scajola destacou algumas "grandes linhas" de cooperação entre os governos signatários: "tecnologias de baixa emissão de dióxido de carbono, investimentos nos setores de construção e transportes, e captação e armazenamento de dióxido de carbono".
Sobre o apelo do G8
Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha, França, Itália, Japão, Alemanha e Rússia - para que seja mantido um ritmo de investimentos no setor energético, Scajola defendeu "uma aliança entre as empresas e os Estados" visando "superar a crise". "Os investimentos em novos projetos energéticos e em novas tecnologias foram adiados ou anulados devido à incerteza nos mercados financeiros e à redução da demanda", lamentou o ministro italiano. "Mas quando terminar a crise, haverá o risco de que a oferta de energia seja insuficiente e de que os preços fiquem elevados e instáveis". Devido à redução dos investimentos, "há certa preocupação sobre a falta de oferta a médio prazo" e de elevação dos preços, advertiu o diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Nobuo Tanaka.
A AIE apresentou em Roma um relatório segundo o qual os investimentos na prospecção e produção de petróleo e gás caíram 21% este ano em relação a 2008. Após passar de um recorde absoluto de 147,50 dólares, em julho passado, a 32,40 dólares, em dezembro, os preços do petróleo estão se recuperando gradualmente desde o início do ano e já superam os 60 dólares. Tanaka admitiu que a demanda de eletricidade cairá em 3,5% este ano, "pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial".
Segundo o relatório da AIE, os investimentos em energia renovável cairão 38% em 2009, quando para se enfrentar o aquecimento global seria necessário multiplicar por seis as verbas destinadas a novas fontes de energia, e por quatro o investimento na eficiência energética, disse Tanaka.
(Yahoo! / AmbienteBrasil, 25/05/2009)