O Comitê de Energia e Comércio da Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei sobre energia concebido para reduzir os gases estufa, por meio da aplicação de limites à emissão de poluentes. A aprovação ocorreu nesta sexta-feira (22/05). Por 33 votos a favor e 25 contra, a aprovação foi aplaudida pelo presidente Barack Obama, afirmando que é mais um passo no cumprimento da promessa de criar uma economia de energia limpa.
O projeto de energia limpa, que usará principalmente fontes renováveis como energia solar, eólica e termal, reduzirá a dependência dos EUA do petróleo estrangeiro, aplicará medidas contra os poluentes e criará milhões de novos empregos, indicou. "É histórico, por fornecer incentivos à energia limpa que estimulem a inovação e ao mesmo tempo por reconhecer as preocupações das indústrias e regiões do país", disse Obama, em comunicado.
A iniciativa tem como objetivo reduzir as emissões poluentes de usinas energéticas, refinarias e do setor do transporte, e obrigaria algumas indústrias a pagar por permissões especiais para sua operação. No entanto, a proposta foi criticada pelo setor empresarial --incluindo o de serviços públicos--, a siderurgia, o setor automotivo e as refinarias, que assinalam que essas permissões devem ser gratuitas.
Em uma aparente concessão diante dessas pressões, o comitê concordou em reduzir os objetivos da redução das emissões poluentes. Em vez dos 20% em comparação com os níveis de 2005 para 2020, como propôs o Governo, os membros do comitê fixaram hoje uma redução de 17%. O projeto aprovado no comitê também reduziria as emissões em 42% para 2030 e em 83% para 2050.
A concessão foi criticada por grupos ambientalistas como o Greenpeace, que consideram o triunfo da política sobre a ciência, e da influência industrial sobre o interesse público. A iniciativa deverá ser aprovada pelo plenário da Câmara e pelo Senado antes de ser enviada ao presidente Obama para sua promulgação.
(Efe / Folha de S. Paulo, 22/05/2009)