Porto Alegre (RS) - Prefeituras da região da Produção gaúcha paralisaram durante toda a quarta-feira (20) em apoio às manifestações dos agricultores para exigir mais medidas dos governos estadual e federal a fim de amenizar as perdas com a estiagem. Segundo levantamento da Associação dos Municípios da Região da Produção (AMZOP), 42 das 45 cidades que formam o grupo suspenderam todos os serviços prestados pelas prefeituras. Somente o setor de saúde e casos de emergência foram atendidos. Dez prefeitos das regiões Norte e Noroeste ainda estiveram em Brasília durante a quarta-feira para angariar recursos com o governo federal.
O presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Elir Domingo Girardi, afirma que a situação das prefeituras beira ao desespero. Em municípios da região Norte, como Novo Barreiro, a pequena agricultura responde por 87% da economia. Nestes casos, as perdas com a estiagem ultrapassam a questão econômica, chegando a afetar os serviços prestados pela prefeitura.
“Os prefeitos estão numa situação de desespero, pode-se dizer, com a soma da queda da arrecadação aos problemas da seca. Por isso, estão tomando algumas medidas de gestão”, diz.
Prefeitos e agricultores se reúnem no próximo sábado às 9h, na cidade de Sarandi (RS), para avaliar a mobilização da semana e definir novos protestos. No Rio Grande do Sul, segundo dados da Defesa Civil, mais da metade dos municípios decretaram situação de emergência devido à estiagem. As regiões mais afetadas com a falta de chuva são o Norte e o Noroeste gaúchos. No entanto, camponeses da região Sul agora sofrem com a pastagem que está rala, o que deve refletir em redução na produção de leite.
(Por Raquel Casiraghi, Agência Chasque, 20/05/2009)