Governo assina medida que libera R$ 880 milhões para amenizar impacto causado pela seca e pelas enchentes no país
Portas de prefeituras fechadas, escolas sem aula. O que poderia ser confundido como um feriado comum é nada mais do que um pedido silencioso de ajuda de dezenas de municípios gaúchos, que amargam agora a herança indigesta da estiagem dos primeiros meses do ano.
Depois de atingir o bolso dos agricultores, a falta de chuva causa estragos nas contas das prefeituras. A queda na renda do produtor rural, motor da economia da maioria das cidades atingidas pela estiagem, diminui a quantidade de dinheiro em circulação e impacta na arrecadação.
Prevendo o esvaziamento dos cofres, por causa da queda no recolhimento de impostos, prefeitos cortam gastos e repensam projetos para enfrentar um período de seca, desta vez nos cofres. Ontem, boa parte dos 45 municípios que fazem parte da Associação dos Municípios da Zona da Produção (Amzop) fecharam as portas. Só funcionaram serviços básicos, como recolhimento de lixo e atendimento médico.
– Queremos alertar sobre os problemas que tivemos e que ainda teremos por causa da falta de chuva. Precisamos de medidas urgentes para amenizar este tormento – desabafou o prefeito de Novo Barreiro, Flávio José Smaniotto (PP), que preside a Amzop e está em Brasília para cobrar ajuda do governo federal.
Ontem à noite, a Casa Civil confirmou que a medida provisória que libera R$ 880 milhões para municípios atingidos pela seca no Sul e pelas enchentes no Norte e Nordeste foi assinada e será publicada hoje no Diário Oficial. Mas não informou quanto será direcionado para cada local.
No campo, as perdas que já ocorreram (com soja, milho e leite) não podem ser revertidas. Agora, resta esperar que as culturas do inverno possam se desenvolver com normalidade e trazer alívio ao bolso de produtores rurais e de administradores públicos.
– Precisamos de umidade para o plantio do trigo (que deve começar em 15 dias) – exemplifica Claudio Dóro, agrônomo da Emater.
(Zero Hora, 21/05/2009)