Empresa afirma que não desmatará até que estejam resolvidas as pendências fundiárias na área
Na tarde de terça-feira passada (12/05), estivemos em reunião no pólo Coceira, na comunidade Baixão da Coceira I, onde o conflito com a Suzano começou desde o dia 29 de abril, fato pelo qual todos já estão cientes. Essa reunião teve a iniciativa do responsável pela empresa na região, o Senhor Márcio, que procurou a presidente da Associação do povoado, dona Francisca da Silva, para fazer um acordo, mas ela disse que não poderia fazer acordo algum pelo fato de não poder responder pelas demais comunidades que estavam no mesmo barco. Foi então que ele propôs uma reunião com as lideranças para fazer-lhes uma proposta.
O Centro de Defesa, entidade local que compõe o Fórum em Defesa do Baixo Parnaíba, tomou conhecimento da tal reunião através das lideranças. Foi então que houve uma rápida articulação para que, nessa reunião, as comunidades não estivessem sozinhas. Por motivo das cheias, muitas pessoas não puderam se fazer presentes, mas dela participaram o Padre Chagas, Zé Maria, Didi, ambos membros do Fórum em Defesa do Baixo Parnaíba.
A reunião foi muita boa: as comunidades estão determinadas a lutar pelo seus direitos depois do Márcio falar as “bobagens” de sempre, dizendo que “a empresa tem responsabilidade social e quer trabalhar em parceria com as comunidades, que podem oferecer campo agrícola, escolas, estradas, inclusive doar terras, e que é com o diálogo que tudo pode ser resolvido”. Depois dessas milongas todas, fez um questionamento, “que queria entender qual era o objetivo das comunidades, o que eles de fato estavam reivindicando”.
Foi então que as lideranças foram muito claras em dizer que não querem acordo algum com a empresa, que tudo que ele havia proposto é papel dos gestores públicos executarem através de políticas públicas e não da empresa, e na verdade o que eles estão lutando e disso não abrem mão é pela posse da terra. E que não aceitam mais sentar com a empresa sem que o governo esteja presente, querem na verdade que seja feita uma discriminatória em todo área, onde o que for do estado seja titulado em nome das associações e, caso a empresa tenha registro de alguma área, seja acionado o Incra para desapropriação. Esse foi o tom das discussões ratificadas pelo Pe. Chagas, Didi e Zé Maria e pelas demais lideranças ali presentes.
Estavam na reunião cerca de 110 pessoas. Não encontrando outra alternativa, os dois representante da empresa que ali estavam, o senhor Márcio e o sr. Dermeval, deram a palavra de que o acordo estava feito e que a área limitada pelas comunidades não será desmatada, e que o Fórum em Defesa do Baixo Parnaíba, junto com os parceiros, irá acionar os órgãos do estado para agilizar o processo e que a empresa se compromete também em fazer o mesmo para que o problema seja solucionado.
(Coordenação do Fórum em Defesa do Baixo Parnaíba / Fórum Carajás, 15/05/2009)