Produtores ligados às entidades representativas da agricultura familiar (Fetag, Via Campesina, MST, MAB e MPA) uniram-se em um dia de protestos em diversos municípios gaúchos. Nove mil pessoas promoveram manifestações e marchas divididas em cinco grandes grupos pelo Estado. As mobilizações foram definidas após anúncios dos governos federal e estadual para amenizar os impactos da estiagem, considerados tímidos e insuficientes. Novos atos devem ocorrer hoje em Porto Alegre, Iraí, São Borja e Nonoai. Às 11h, lideranças serão recebidas na Casa Civil.
Segundo o coordenador estadual do MST, Cedenir de Oliveira, a seca é mais grave nos assentamentos da região Norte, onde predomina a produção de leite. 'O nosso povo não vai parar até resolver a problemática.' Para o coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens, Maximino de Paes, é preciso estender medidas como liberação de sementes forrageiras e a bolsa-estiagem para agricultores de municípios que não decretam emergência.
Ontem, houve marcha em direção a Porto Alegre, que começou com ato público em frente à Aracruz, em Guaíba. O grupo pernoitou em assentamento em Eldorado do Sul e parte, às 7h30min, para a Capital, onde pretende ficar até sexta-feira. 'Metade da safra de milho foi perdida e as plantações de feijão terão o mesmo destino se nada for feito', frisou Adelar Pretto, do MST.
(Correio do Povo, 20/05/2009)