O presidente Barack Obama anunciou nesta terça-feira (19/05) que estabelecerá padrões nacionais para a fabricação de carros menos poluentes e mais eficientes pelos Estados Unidos, em uma decisão histórica que une em uma mesma causa, talvez pela primeira vez, fabricantes de automóveis e ambientalistas. "Pela primeira vez na história, definimos uma política nacional com o objetivo de aumentar a eficiência energética e reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa de todas as novas caminhonetes e carros vendidos nos Estados Unidos", disse Obama.
O presidente reuniu 10 executivos do setor automotivo, tanto de empresas americanas à beira da concordata quanto gigantes estrangeiros, além de líderes sindicais e ambientalistas, para selar o acordo secretamente elaborado por sua equipe nas últimas semanas. As montadoras serão obrigadas a aumentar significativamente a eficiência energética de seus automóveis e caminhonetes leves até 2016, o que significará uma economia de 1,8 bilhão de barris de petróleo e uma redução de 900 milhões de toneladas métricas nas emissões de gases poluentes.
A média de consumo da frota americana passará dos atuais 40,22 quilômetros por galão para 57,12 quilômetros por galão até 2016 - quatro anos antes do prazo final estabelecido pela atual legislação americana. A maioria dos carros de passeio precisará fazer 62,75 quilômetros por galão até 2016, enquanto caminhonetes menores deverão rodar no mínimo 48,27 quilômetros por galão.
O programa, que começará com modelos fabricados em 2012, ampliou o alcance da tão alardeada política ambiental do governo Obama, e representa um ponto positivo para os descrentes em seu lema de mudança, unidade e cooperação. "No passado, um acordo como este seria considerado impossível", declarou o presidente. "É por isso que este anúncio é tão importante, porque representa não apenas uma mudança nas políticas de Washington, mas também o começo de uma mudança na maneira como negócios são feitos em Washington", acrescentou.
As novas regulações tornarão os carros mais caros em cerca de US$ 600, além dos US$ 700 que já serão acrescidos ao preço pela recentemente aprovada legislação de economia de combustível (Corporate Average Fuel Economy, Cafe). No entanto, os motoristas certamente recuperarão o dinheiro extra com os litros a menos de gasolina consumidos pelo veículo.
(InvestNews / JB Online, 19/05/2009 )