(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
compensação socioambiental imprensa e meio ambiente política ambiental brasil
2009-05-20

O governo federal acaba de tomar decisão importante para a compreensão da estratégia de desenvolvimento que o Brasil adota. Dos grandes jornais diários de circulação nacional, apenas a Folha de S.Paulo registrou a medida. Trata-se da redução do valor que as empresas devem pagar por obras como rodovias e hidrelétricas, a título de compensação por danos ambientais. O valor estabelecido há quase dez anos era de no mínimo 0,5% sobre o custo total da obra. O Ministério do Meio Ambiente defendia o aumento do piso para 2%, mas, ao contrário das expectativas e da opinião dos ambientalistas, o decreto presidencial noticiado na terça-feira (19/5) pela Folha revela que o Executivo decidiu que 0,5% será o teto máximo da taxa de compensação.

O Estado de S.Paulo ignora o acontecimento, e também não traz outras informações sobre a questão ambiental, porque dedica apenas uma seção fixa, semanal, para o assunto. A edição da terça-feira de O Globo traz o tema meio ambiente no pé do noticiário científico, mas também deixa passar em branco o decreto presidencial. Trata-se de medida essencial para sinalizar a verdadeira disposição do governo de preservar o patrimônio biológico do país ao mesmo tempo em que procura acelerar o crescimento econômico. E o sinal emitido com esse decreto não é verde.

Oportunidade perdida
As grandes obras já em andamento ou planejadas no Plano de Aceleração do Crescimento – pacote de empreendimentos com os quais se pretende melhorar e ampliar a infra-estrutura de transportes e geração de energia – , têm sido tema constante na imprensa, mas em geral o noticiário se refere a custos ou à conveniência de determinadas escolhas técnicas.

Em raros momentos, no período de quase dois anos em que se desenvolve o PAC, os jornais e revistas colocaram em debate público a estratégia de desenvolvimento no que se refere à sustentabilidade. O decreto presidencial reduzindo as exigências para a compensação ambiental de grandes obras seria uma grande oportunidade para aprofundar o debate. Mas a imprensa adora perder oportunidades.

Avançando para trás
O valor das compensações ambientais não é o único elemento para avaliar as intenções de planos de desenvolvimento no que se refere à preservação ambiental, mas essa questão não deveria ser descartada dos debates econômicos. No noticiário recente sobre o tema, os jornais têm dado mais atenção às performances midiáticas do ministro do Meio Ambiente Carlos Minc do que às medidas efetivas que poderiam resguardar o patrimônio do país nos locais onde há grandes obras em andamento.

A mais recente participação do ministro no espetáculo noticioso foi seu apoio público às tímidas manifestações que ocorreram em algumas cidades em defesa da descriminalização de drogas. A continuar nesse estilo, Carlos Minc acaba celebrizado como o ministro do Meio Ambiente que se dedicou à defesa de apenas uma espécie vegetal, a cannabis sativa. A imprensa parece se divertir, ou pelo menos se distrai com o desempenho pouco convencional do ministro. Enquanto isso, em termos ambientais o Brasil anda para trás, sob os olhares complacentes da mídia.

(Por Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa*, 19/05/2009)

*Comentário para o programa radiofônico do OI de 19/05/2009


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -