Apoiada por dados publicados na sexta-feira (15/05), a Comissão Européia (CE) defendeu o comércio de emissões alegando que o esquema está cumprindo o seu propósito de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Os dados da CE demonstram que as emissões do bloco caíram para 2,118 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, ou 3,06% em 2008, sendo que Alemanha, Reino Unido e Itália foram os maiores poluidores, mas também os que enfrentaram maior escassez de permissões de emissão.
A porta-voz da Comissão Européia Barbara Helfferich disse que não é possível determinar exatamente quanto dos 3% ocorreu devido ao mercado de carbono e à crise econômica mundial, mas rebate que “os números foram acumulados antes da crise econômica, quando o preço era relativamente alto”. A Comissão argumenta que cerca da metade dos 27 países do bloco tiveram que comprar créditos no esquema de comércio de emissões em 2008, o que demonstra que parte dos 3% ocorreram devido ao investimento em atividades de redução nas emissões.
Em geral, no ano passado, as empresas européias receberam 92% das permissões gratuitamente, as compensações internacionais foram equivalentes a 3,9% e apenas 4,1% das permissões foram compradas em leilões ou realocadas de 2009. Os dados das emissões mostra que as empresas não usaram muito a opção de compensar parte das emissões através dos mecanismos estabelecidos pelo Protocolo de Quioto, ocorrendo justamente o oposto. Os créditos vindos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e da Implementação Conjunta (IC) foram utilizados como uma alternativa ao corte de emissões domésticas e a compra de EUAs pela primeira vez no último ano.
(Por Fernanda B Muller, CarbonoBrasil, 18/05/2009)