O mundo não deve se descuidar das medidas de alerta já empregadas para conter o avanço da gripe A, na esperança de que a aguardada vacina contra o vírus causador da doença vá resolver o problema a curto ou médio prazo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mesmo sendo uma prioridade, a vacina, que continua em fase de pesquisa, não deverá ser produzida em quantidade suficiente dentro de pouco tempo.
“É preferível continuar com a atual dinâmica de alerta, de ir em cima dos casos suspeitos, mesmo que ainda não confirmado por laboratórios. Bloquear [a transmissão da doença] com todas as medidas farmacológicas, tratar com os medicamentos adequados, isolar os pacientes e acompanhar as pessoas com quem eles tenham tido contato”, afirmou o gerente da Unidade de Prevenção e Controle de Doenças da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Rubén Figueroa.
De acordo com Figueroa, durante reunião realizada quinta-feira (14) na Suíça, especialistas convocados pela OMS concluíram que ainda não há conhecimento científicosuficiente para que os laboratórios dêem início à produção da vacina. “Esta é uma prioridade e a OMS vai continuar empenhando esforços para que tenhamos a vacina rapidamente, mas, neste momento, e provavelmente nos próximos 12 ou 18 meses, não podemos ter a expectativa de que a vacina será a solução. E mesmo que a vacina fique pronta dentro de cinco meses, demorará mais tempo para que a tenhamos em quantidade suficiente para conter a epidemia”, afirmou Figueroa.
O diretor diz que o grupo reunido na Suíça concluiu que seriam necessárias de 1 bilhão a 2 bilhões de doses da vacina para proteger entre 10% e 20% da população mundial. “Será impossível produzir isso no espaço de um ano”. Na segunda-feira (18/05), terá início em Genebra, na Suíça, a 62ª Assembléia Mundial da Saúde, instância maior da OMS, quando se reúnem os ministros da Saúde dos 210 países-membros da organização.
“É ali que são estabelecidas as políticas para que o secretariado da organização realize. É uma reunião muito importante e, sem dúvida, devido à urgência, o assunto da gripe A vai dominar a agenda de trabalho. Assuntos de acesso à vacina, produção de medicamentos e da aplicação do regulamento sanitário internacional serão abordados”.
(Por Alex Rodrigues, Agência Brasil / AmbienteBrasil, 18/05/2009)