Um relatório divulgado nesta quinta (14/05) pela Seção de Meio Ambiente (Samam) do Instituto Evandro Chagas (IEC) revela que o escoamento de efluentes da lama vermelha, liberados pelo transbordamento da bacia de rejeitos da Alunorte, no município de Barcarena, provocou alterações físicas e químicas nas águas do rio Murucupi. O acidente ocorreu no dia 28 de abril e desde então vem sendo objeto de estudo conduzido por uma equipe do IEC. Essas alterações, conforme destaca o relatório, ocasionaram impactos ambientais com consequentes situações de risco para a saúde das populações, através do contato primário com águas de elevado pH, e provocaram também modificações na estrutura das comunidades bióticas da área atingida.
O relatório sustenta que, após o acidente, do qual resultou o escoamento dos resíduos de lama vermelha no rio Murucupi, as comunidades fitoplanctônicas e zooplanctônicas apresentaram significativa redução de riqueza, densidade e diversidade. O documento ressalva, porém, que entre os dias de amostragem não foram observadas diferenças com relação à concentração de cianotoxinas.
A equipe de pesquisadores observa que a instalação da bacia de resíduos do processo de beneficiamento de bauxita próximo às nascentes do rio Murucupi representa uma situação de risco para os ecossistemas aquáticos e para a saúde da população ribeirinha que vive às margens do rio.
Em suas considerações finais, o relatório assinala que ainda estão sendo processadas análises químicas nas amostras de sedimentos colhidas antes e durante o acidente ambiental. Os resultados estarão prontos dentro de três semanas, aproximadamente. Nos próximos trinta dias, a Seção de Meio Ambiente do IEC continuará fazendo amostragens no Murucupi, objetivando estudos de autodepuração que irão delinear o tempo necessário para a recuperação total do rio. A reportagem tentou contato com a assessoria da Alunorte, mas não obteve sucesso.
(Diário do Pará / Fórum Carajás, 15/05/2009)