O fim da La Niña foi sentido nos últimos três dias. Entre terça-feira e sexta-feira (15/05), em municípios como Lagoa Vermelha, nordeste do Estado, choveu 71,6 milímetros – 259,4% a mais do que os 27,6 milímetros registrados de 1º de março ao dia 12 de maio, período mais duro da estiagem. Onde as precipitações foram menos intensas, como em Rio Grande, na região Sul, em três dias as nuvens despejaram um terço de todas as chuvas ocorridas ao longo de 72 dias.
Mas mesmo fartas, foram insuficientes para sepultar de vez o espectro da estiagem. Ontem, engordou para 238 a lista de municípios em situação de emergência. Desde quinta-feira, a Defesa Civil do Estado foi comunicada que mais oito prefeitos tiveram de assinar o decreto para amenizar os efeitos da falta de chuvas. "Ficamos 60 dias sem chuva. Foi cruel", desabafa o prefeito de Saldanha Marinho Gilnei Steffens (PMDB), que percorreu a zona rural para ver de perto os estragos provocados pelo clima.
Em Ernestina, também no Norte, a assinatura do decreto ocorreu na sexta-feira da semana anterior, mas apenas ontem a Defesa Civil foi comunicada oficialmente. Como seus pares da região, o município viu sua economia minguar com a perda de lavouras e com a baixa na produção de leite. Além de Ernestina e Saldanha Marinho, Camargo, Montauri, Ipiranga do Sul, Jacuizinho, Santo Antônio do Planalto e Passo do Sobrado também decretaram.
(Zero Hora, 16/05/2009)