Ao participar, ontem à tarde, da audiência pública sobre a situação da Refinaria de Petróleo Riograndense (ex-Ipiranga), o senador Paulo Paim se prontificou a marcar uma audiência com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para tratar da reivindicação da possibilidade de a Petrobras absorver a refinaria em sua integralidade. Atualmente, a unidade é controlada pela Petrobras, Ultra e Brasquem. A medida atende pedido dos trabalhadores do setor e da maioria dos participantes da audiência, os quais entendem que a única forma de garantia da continuidade das atividades desta planta industrial é ela ser assumida pela Petrobras. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) também tem este entendimento. A reunião com a ministra deverá ter a participação de trabalhadores.
O senador Paulo Paim, que vem acompanhando a questão da refinaria e, inclusive, participou do encontro entre a Petrobras, Ultra e Brasquem que resultou no acordo para o controle da unidade ficar com as três, disse estar à disposição para contribuir. Ele destacou estar disposto a colaborar com o debate que busca a manutenção da refinaria. "Vim para ouvir e contribuir para que a refinaria tenha cada vez mais vida, que avance mais, para que ocorram mais investimentos nela e para que o Município e o Estado arrecadem mais. Mas minha preocupação maior é com o social", salientou.
A audiência pública foi uma iniciativa da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), considerando que a empresa já teve sua produção parada em alguns períodos, depois foi adquirida pelo grupo formado pelas três empresas e teve sua razão social alterada, o que gerou dúvidas nos trabalhadores e na comunidade quanto ao seu futuro, conforme exposto pelo vereador Alexandre Lindenmeyer. As oscilações no preço do petróleo também contribuem para o receio de que a unidade venha a fechar.
Além do senador Paim, participaram da audiência a diretora-superintendente da Refinaria de Petróleo Riograndense, Margareth Feijó Brunnet; o presidente do Conselho de Administração da Refinaria, João Adolfo Oderich; José Marcos Olione, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Destilação e Refinação de Petróleo do Rio Grande (Sindipetro/RG); e o coordenador de Operações da Transpetro, Luis Carlos Maia Jr., entre outros.
No evento, a diretora-superintendente da Refinaria Riograndense, Margareth Feijó Brunnet, falando sobre as preocupações dos trabalhadores ligados ao Sindipetro, manifestadas por Olione, observou que realmente o mundo do petróleo tem bastante flutuação de preço e isso afeta os negócios. No entanto, quando o preço do petróleo estiver alto, a refinaria pode usar o contrato de industrialização assinado com a Petrobras em setembro de 2008, "que cobre totalmente os custos da refinaria". Segundo ela, em função disso, não haverá mais parada operacional, nem demissões de funcionários ou fechamento da empresa. "Este ano, estamos operando a plena carga, focando no diesel e na gasolina, mas dependendo do mercado podemos focar em outros derivados", salientou. João Adolfo Oderich disse aos participantes que no acordo de acionistas os três sócios estabeleceram compromissos, no sentido de operações, continuidade e fortalecimento da unidade, os quais estão sendo cumpridos.
E afirmou que os resultados da refinaria estão sendo bons e permitindo alguns investimentos em logística, tancagem e equipamentos.
(Jornal Agora, 15/05/2009)